conto

A pasta estava aberta em sua mesa. Com a mesma foto estranha e assustadora da garota morta,que ainda lhe causava arrepios. E também com o mesmo nome dado para o caso, "entre escritórios e velas" . Ela sempre pensará que depois de um tempo quando visse aquele caso, ela riria, das formas bobas que tentaram achar graça do jeito do assassino, ou as coisas que ele fazia para chegar no final, mas ela não riu, da mesma forma que não achou graça nenhuma, e começou a ver o caso como mais macabro do que achava que era.

— Seu novo caso, Wenders! — Disse uma voz vindo da porta. 

A garota virou franzindo o cenho enquanto o chefe dava um pequeno sorrisinho manhoso. 

— Mas eu já resolvi esse caso, senhor! – Ela olhou para ele com cuidado, observando o seu cabelo grisalho e as roupas de marca, e tentando descobrir o que teria que fazer com aquele caso que estava "finalizado"

— O problema é que ele não está totalmente resolvido.. Você vai precisar revê-lo novamente, e dessa vez com outro parceiro! — O chefe pronunciou antes de sair da sala a deixando sozinha com seus pensamentos. 

Ainda não conseguia ver o problema que todos tinham com Rose. Ela era meio complicada, e tinha os seus dias ruins, mas todos têm, além de que ela trabalhava muito bem, mas parecia que os outros não viam isso, apenas Emma. 
Outra coisa que não entendia era por que abrir aquele caso novamente . O caso que levou ela a tremer quando chegava em casa esperando não encontrar ninguém na porta da sua casa, ou quando chegava no trabalho. 

— Emma Wenders ? — Uma voz masculina pronunciou na porta de sua sala. 

— Eu mesma — Ela virou segurando os papéis do caso em sua mão. Mas quando passou o seu olhar para a sua frente, pode perceber a presença de um homem. Cabelos castanhos, olhos azuis, barba por fazer, com um pequeno bronzeado de verão, com um terno sem gravata, e tinha no máximo 26 anos. 

— Eu vou ser seu novo parceiro! James — Ele lhe alcançou a mão que foi apertada em pequenos instantes, mas que ela lhe advertiu a si própria por demorado um tempo maior que o comum. 

Emma em um pequeno gesto fez para que ele sentasse lhe alcançando a pasta do caso antes de se dirigir à porta e fecha-la. 

— Já sabe sobre o caso, James ? — Perguntou enquanto se sentava em sua cadeira atrás de sua mesa com algumas papeladas sobre ela. 

— Sei o básico, senhorita Wenders — Ele respondeu dirigindo o seu olhar para ela. 

— Pode me chamar de Emma — Ela sorriu confortavelmente, tentando localizar as palavras sobre o caso juntamente com o que havia revisto em tão poucos instantes — O assassino é um serial killer , a qual nunca foi entendido o propósito dele fazer as coisas dessa maneira. Ele fingia trabalhar em algum lugar, mas poucos o conheciam, ele era visto por poucas pessoas , e essas pessoas... Foram mortas...  Tudo começava quando ele convidava uma das mulheres para um encontro, e armava para as outras pessoas irem até o local... O resto de acontecimentos ninguém soube o que acontece, mas a vítima é sempre encontrada sem os globos oculares, a mão dentro da taça de vinho, e o corpo sentado no sofá da sala, sem os seus órgãos .... A qual nunca foram encontrados , e enquanto as outras pessoas que ele chamou , também são mortas , e com as partes do seu corpo é escrito "Dead" no chão. 

— Por isso que vocês deram o nome "entre escritos e velas", pelo fato de ser entre o trabalho e um certo encontro ? 

— Exato — Ela respondeu enquanto arqueava a sobrancelha, parecia tão óbvio para Emma, ainda mais depois de toda a história, que se fosse ela, nem perguntaria, mas resolveu deixar quieta essa questão e apenas deixar a forma simples da resposta, apenas um "sim".

— E por que o assassino não pode ser uma mulher ? — Ele jogou o seu corpo para frente deixando a pasta do caso em cima da mesa. 

— Pois 'ele ' usava muita força contra suas vítimas, o que dá para perceber nos hematomas causados principalmente na primeira vítima, além de que o começo ser sempre um encontro com uma mulher — "Como eu falei" Emma completou em sua cabeça — Então só se a nossa assassina ser super forte, ou lutadora do UFC conquistadora, não tem como ser uma mulher. 

Ele concordou com a cabeça baixa. 

— O que eu não entendi foi o porque de abrir o caso agora novamente, se o assassino está..

— Morto ? — Ele completou antes que Emma pudesse dizer ou fazer qualquer coisa. 

Ela assentiu com a cabeça, enquanto ele a observa calmamente. 

— O problema é que parece que ele não está tão morto assim ! — James pegou a pasta novamente tirando de dentro uma das últimas folhas, e a alcançando para Emma. 

A garota arregalou os olhos enquanto observava a folha em sua mão. Ela mostrava um novo assassinato, a qual tinha ocorrido a apenas dois dias, e com o mesmo jeito do assassino de "entre escritos e velas". Mas a vítima desta vez era Amanda Fender, apenas uma garota de vinte e um anos.  

— Matamos a pessoa errada! — Emma sussurrou com o olhar em nada, se lembrando do tiroteio e da perseguição com o suposto assassino. 

— E agora temos que achar o "novo", ou melhor, o certo ! — Ele pegou a folha da mão de Emma e começou a observá-la com atenção



O dia todo foi concentrado nesse caso. Eles passaram o dia inteiro procurando pistas sobre o assassino, como também como conseguiram achar que o assassino errado era o certo, mas nenhuma das procuras foram extremamente vantajosas, bem ao contrário, foram um tanto que péssimas, e no final do dia eles estavam extremamente esgotados, e com muita cafeína. 
James a convidou para sair a noite, como uma forma de "descontrair" do dia cansativo. Emma não aceitou de primeira, mas no final acabou concordando e aceitando e o convite. 
Após o trabalho Emma  foi direto para casa, para poder tomar um banho e se arrumar, chegando na casa de James um pouco mais que oito e meia, apenas alguns minutos a mais do horário combinado. 

 — Desculpa o atraso! — A garota falou logo após ele abrir a porta. 

— Sem problemas —  disse com um sorriso no rosto — Você está linda! 

— Obrigada — Ela devolveu o sorriso enquanto entrava no apartamento.

O apartamento não era muito grande, mas tinha um jeito aconchegante, tendo apenas dois quartos, um banheiro, a cozinha, lavanderia, e uma sala de televisão que já se juntava com a sala de jantar, tinha um tom moderno, com quadros na parede, um sofá de couro e um tapete preto. As luzes estavam quase todas desligadas, menos a da sala de janta e a da cozinha, que ainda estavam acessas, e uma música tocava no fundo, a qual Emma não conseguia decifrar qual era. 

— Está com fome? — Ele disse apontando para a mesa, a qual já estava arrumada. Dois pratos. Duas taças. Dois talheres para cada. E duas velas.

— Muita! 

— Então pode ir sentando, vou buscar a nossa comida! — Ele disse antes de sair pela porta da cozinha. 

Emma se sentou em uma das cadeiras tentando permanecer com as pernas quietas, enquanto estava começando a ficar com calor, mas prometeu a si mesma que não iria tirar o casaco, pelo menos não agora. 
James voltou em poucos segundos trazendo consigo uma porção calorosa de macarrão. 

— Não sabia se você gostava.... — Ele disse colocando-a na mesa 

— Nem se preocupe, eu adoro ! — Seu olhar estava na massa, mas as suas mãos em seu bolso. 

— Posso te servir ? 

A garota assentiu algumas vezes antes que ele colocasse a comida em seu prato. Logo após James se sentou a sua frente lhe as servindo quase o mesmo tanto. Eles começaram a comer e um certo silêncio permanecia na mesa. Ela não queria puxar assunto, como também estava torcendo para que ele também não falasse nada, sabia que tinha mais coisa para acontecer, e não queria chegar na última parte. 

— Nossa, esqueci a bebida, já volto! — Ele olhou para Emma que deu um pequeno sorrisinho antes que ele se levantasse e se dirigisse para a cozinha novamente. 

Emma se levantou logo após ele entrar na cozinha, e deu uma pequena olhada no horário antes de também se dirigir para a cozinha. 

Era a hora.

— Parado! — Ela gritou enquanto apontava a arma para o peito de James que a olhava desentendido segurando uma garrafa de champanhe. 

— O que você está fazendo, Emma ? Abaixe isso, por favor! — Ele disse calmamente enquanto fazia pequenos movimentos com as mãos indicando para abaixar a arma. 

— Eu sei quem você é, James ! — Ela segurou a arma com as duas mãos sem tirar os olhos do garoto, e tentava fazer poucos ou nenhum movimento, o que era difícil com a sua respiração abafada. 

— Não, Emma , você está ficando psicótica! 

Ela não fez nada. Não disse uma palavra. Apenas continuou na posição. 

O mesmo ficou por apenas mais uns segundos, quando a garrafa foi atirada para a porta, fazendo Emma dar um pequeno pulo. 

— Então descobriu! Olha que menina esperta ! — Ele deu um sorriso de lado mudando totalmente a sua postura de antes. 

— Como se fosse difícil, desconfiei de você desde o início! 

James saiu correndo em direção a Emma que quando percebeu o movimento abaixou a arma e deu um tiro em sua perna. Um grito de dor fez um eco na cozinha, mas Emma estava perto de mais, e antes que pudesse dar um passo para trás recebeu um soco no rosto. Ela deu mais um tiro no mesmo momento, mas foi em vão, pois não o acertou. 
A garota foi para correr, mas ele segurou seu braço com força, o mesmo a qual havia a arma. Ela tentou se soltar, mas ele era forte demais a puxando para dentro de seus braços. Emma deu um chute para trás acertando a sua perna machucada que estava mal apoiada no chão sangrando muito. Ele deu uma pequena afrouxada em seus braços, a qual Emma aproveitou para soltar um pouco um de seus braços e dar uma cotovelada no rosto de James, o que ajudou a se soltar. 
Ela saiu correndo em direção à porta, e antes que ela pudesse chegar a campainha tocou. Emma abriu a porta rapidamente vendo o rosto conhecido do seu chefe junto com alguns policiais. 

— Wenders ? — Ele perguntou logo que a viu.

— Ele está na cozinha! — Ela respondeu rapidamente sentindo as suas pernas bambas 

Os policiais saíram correndo antes mesmo que ela declarasse onde ele estava , e logo teve que se sentar para poder se acalmar.

— Parabéns , Wenders. Fechou o caso! — Seu chefe pronunciou antes de seguir os policiais que carregavam James entre seus braços. 

"Parabéns, Emma"  Ela falou para si mesma enquanto carregava um sorriso no rosto.

O caso estava encerrado 



©IsabelaBender2016

Enviado do meu iPad

Nenhum comentário:

Postar um comentário

© Nome do seu Blog - 2016 | Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento por: Jaque Design | Tecnologia do Blogger.
imagem-logo