DESIRE

A recepção estava em silêncio mas minha mente turbinava com mil pensamentos diferentes. Minha perna balançava freneticamente contra o chão, apenas mais um ato involuntário de nervosismo e ansiedade. Guardei mais uma revista em seu devido lugar, eu já tinha lido todas enquanto esperava, inclusive as de carros, agronomia ou aquelas que ninguém pega mas está ali apenas para fazer volume. 

 Chequei o celular mais uma vez. Nada. Apenas o horário estampado na tela bloqueada. Sete horas. Final de tarde mas o sol já tinha caído pelo horizonte. 

"Estou presa no trânsito. Quero muito te ver. Mas afs . Que droga. Eu odeio trânsito, se não tivesse chovendo eu juro que andava tudo isso a pé" . Essa era a única mensagem que não estava mais na tela bloqueada mas que mesmo assim permanecia em minha cabeça, me fazendo desbloquear o celular só para poder ler. 

Maldito trânsito.

Era a última noite de Megan na cidade, e no dia seguinte ela estaria se mudando para outra cidade. Acabou passando em um concurso e acabaria a faculdade em outro lugar. Eu fiquei feliz por ela, mas ao mesmo tempo meu coração se despedaçava só de pensar em nós duas separadas. 

— Vou ir no banheiro! — Avisei para a Senhora Dolores que cuidava da recepção mas mesmo assim não fazia questão de não me olhar torto enquanto eu levantava de pé — Calma, só vou no banheiro! Não vou fugir para o andar de cima.

Revirei os olhos e caminhei em passos apressados até o banheiro. Ela ainda me olhava com cara feia, mas eu não ligava, afinal, já estava acostumada. 

Senhora Dolores tinha sessenta anos, e se fosse duvidar sua cabeça e corpo combinavam ainda mais ainda com uns oitenta. Também apelidada de bruxa má do oeste, um apelido idiota, mas que veio em um horário muito aleatório logo após assistirmos O mágico de Oz. Ela não gostava nada que era errado, ou que era considerado pecado. Andava com um terço na mão da mesma forma que odiava quando eu e Megan passássemos por ela de mãos dadas. E apesar de me conhecer a um bom tempo não me deixa subir de nenhuma forma para o apartamento de Megan se ela não estivesse por ali. 

Lavei o rosto enquanto cantarolava uma música aleatória da minha cabeça. Sai do pequeno banheiro com o celular na mão e no mesmo instante uma nova mensagem apareceu. 

"Finalmente quase chegando. Cinco minutos tô aí" 

Dei um pequeno pulinho de comemoração. Tinha sido uma hora intensa de espera. Sai com os meus dedos freneticamente digitando que quase não percebi a presença da senhora Dolores ao lado do balcão com os olhos fechados ajoelhada no chão e com o terço em suas mãos se ela não tivesse falado comigo.

— Ei menina venha rezar comigo! Você sabe que tem pecados demais! 

Me virei arqueando as sobrancelhas. 

— Sabe.. é que a Meg tá chegando, e dai...

— Crystal, você quer morrer nos pecados ? — Ela me interrompeu abrindo os olhos de imediato — Se você não quer ir pro inferno melhor começar a rezar, e ir para a igreja imediatamente! 

Eu continuei em pé e ela continuou me olhando com os seus olhos cerrados. Meus pés continuavam parados mas algo me dizia para andar até o seu lado, e foi isso que eu fiz. Andei devagar até ela e me ajoelhei.

— Agora feche os olhos e reze — Ela puxou minha mão para perto do terço mas eu não conseguia fechar meus olhos de nenhuma maneira, então comecei a encarar o chão com os olhos mais abertos do que nunca. 

— Crystal ! Que merda que você tá fazendo ? — A voz de Megan invadiu a recepção, fazendo não somente a mim como a senhora Dolores dar um pequeno pulo por causa do susto.

— Olha a boca, menina! — Ela soltou a minha mão advertindo Meg no mesmo instante que apenas ria da situação.

Me levantei rapidamente do chão indo em direção a Megan para um forte abraço. Fechei os olhos e senti o seu perfume que eu tanto gostava percorrer o meu corpo. Poderia ficar ali por muito tempo mas ela logo me afastou de seus braços dando uma piscadela enquanto dava uma pequena balançada com a cabeça para esquerda. Eu sabia o que aquilo significava, precisávamos sair dali antes que a senhora Dolores começasse a nos classificar como problema. 

Seguimos com passos apressados até o apartamento de Megan, onde após fecharmos a porta ela me puxa para um beijo. Um beijo tão doce e intenso. Suas mãos em meu cabelo e as minhas em seu braço. 

— Você deve estar cansada de me esperar, quer alguma coisa? — Ela disse após o beijo acabar mas ainda muito perto do meu rosto. 

— A única coisa que eu quero hoje é você ! — Disse sorrindo e ela retribuiu com o mesmo. 

— Isso é ótimo, pois acho que você já percebeu que temos quase nada no apartamento! — Ela acendeu a luz revelando o apartamento praticamente vazio. 

Fazia alguns dias desde que Megan começou a levar as suas coisas para a cidade nova, e as únicas coisas que sobraram foi os móveis que já vinham com o apartamento, o básico de comida, algumas roupas, coisapara higiene pessoal e dois travesseiros e uma manta, além de dois livros que mesmo que não tivesse tempo para ler alegava que precisava ter por perto. 

—Olha ainda temos água! — Ela retirou uma garrafa da geladeira jogando a mesma para mim, que por sorte consegui pegar no momento certo — Mas tudo que envolva pratos, copos ou panelas não posso providenciar para você! 

Dei uma risada enquanto ia em sua direção. 

— Que isso, Meg !? Não preciso de comida, não agora, depois talvez, mas agora a única coisa que eu quero está na minha frente — Passei os meus braços por trás do seu pescoço enquanto a observo atentamente. 

Eu e Megan éramos praticamente da mesma altura, sendo ela apenas alguns centímetros mais alta. Era fácil observar o seu rosto, eu não precisar olhar nem para baixo e nem para cima, apenas para frente. E era é tão linda. 

— Então nesse caso acho melhor guardamos a comida para o lanchinho da meia-noite — Ela veio com os seus lábios em direção aos meus mas antes que eles se encostassem seu celular começou a tocar desesperadamente no seu bolso de trás.

Tirei meus braços dela a deixando atender o celular, mas ela apenas o segurou olhando para o contato que aparecia na tela. 

— Não preciso atender. Não é nada de importante para agora! — Então seus dedos desligaram o celular rapidamente, deixando para trás as ligações e mensagens não vistas, e então o aparelho foi deixado em cima do balcão e seus olhos vieram para os meus logo em seguida — A única coisa que eu quero essa noite é você! 

Talvez aquela frase que ela disse segundos atrás foi pronunciada diversas vezes por nos duas aquela noite, mas eu não ligava pois ela estava totalmente correta, a única coisa que nós queríamos era uma a outra, então não demorou muito tempo para que seus lábios encontraram os meus, abrindo espaço para as nossas línguas. Eu não queria que aquele momento acabasse tão cedo. Seus beijos eram a minha fraqueza, mas eu adorava.

Seguimos até o seu quarto com nossos lábios grudados. Ela me jogou em sua cama deixando o seu corpo em cima do meu, e logo começou a descer os seus beijos da minha boca para o meu pescoço. 

Não demorou muito tempo para a minha blusa estar no chão e quando eu fui tirar a sua pude observar os seus olhos azuis iluminados pela luz da lua que entrava pela janela. Não precisávamos nos preocupar com nada naquele momento, o tempo era nosso e deveríamos aproveitar, pois afinal, ele iria passar tão rápido. 

Queria mostrar tudo o que eu sentia. Queria mostrar todo o meu sentimento por ela. O meu coração palpitava rapidamente enquanto nossos corpos quentes se encostavam. Nossos toques, nossos beijos e nosso amor estavam envolvidos em um só, e nessa noite eu a queria mais que tudo. Eu a queria para sempre, mas não podia, então deveríamos aproveitar a noite. 

Nós estávamos entregues uma para outra , então fugimos para longe em nossos pensamentos, afastando tudo de ruim, afastando todos, como se apenas existisse nós duas no mundo. 

Nossos corpos nus se tocavam da mesma forma que minha pele se arrepiava quando ela despejava beijos em todo o meu corpo. Minhas mãos passavam pelas suas pernas e eu sabia o que fazer. Eu sabia o que sentir. 

E fizemos amor devagar à noite toda. Amor com paixão. Amor com sentimento. A vida poderia ser uma tragédia, mas se tínhamos amor, tínhamos tudo.



Meu corpo despertou pelo simples e extremamente barulhento toque do despertador de Megan. Eu sabia o que aquilo significava. Eu sabia o que iria acontecer depois daquilo.

— Você realmente precisa ir?  — Eu a encarava com sono. Devíamos ter dormido no máximo três horas, mas eu não poderia virar para o outro lado e dormir, daqui uma hora e meia Megan estaria pegando um avião e partindo para longe. 

— Você sabe que sim! — Ela se levantou de costas para mim e eu observei suas curvas e seu cabelo castanho que escorria desajeitadamente pelas suas costas — Mas isso não é um adeus, e você também sabe disso. Uma grande parte de mim também não quer ir. Não quer te perder. Mas isso não é um adeus, e devemos lembrar disso. 

Me levantei rapidamente e comecei a me trocar. Então embalamos as últimas coisas que ainda estavam em seu apartamento e seguimos para o aeroporto. 

Tomamos um ótimo café com rosquinhas e conversamos sobre coisas fúteis, e antes que imaginássemos estávamos dando o nosso último beijo antes de Megan entrar no avião. Lágrimas vinham nos meus olhos e a única coisa que eu conseguia me lembrar era da simples frase "Isso não é um adeus" .

Fiquei até o avião decolar e logo em seguida peguei um táxi para ir pra casa. Eu sabia que aquilo não era o fim, mas o meu coração parecia achar o contrário. 


UM ANO E MEIO DEPOIS.

Coloquei na playlist que eu mais gostava e Slow Love, Pretty Hurts, Sorry , 7/11, Partition, XÔ, Single Ladies e outros clássicos da Beyonce faziam a festa em meu fone de ouvido enquanto o avião decolava. 

Eu estava ansiosa demais e a viajem de duas horas parecia que ia demorar um século. Então tentei dormir durante a viagem para ver se conseguia perder tempo em meus sonhos. Tive ajuda de remédios, mas consegui, acordando apenas após o aviso que estávamos pousando. 

— Você pode vir me buscar? — Perguntei com um sorriso no rosto logo após descer do avião. 

— Do que você está falando? — Megan disse do outro lado da linha. Um pouco confusa e desconfiada. 

— Tô no aeroporto!

E não, aquilo há um ano e meio não foi um adeus, nunca foi, nunca paramos de nos falar e nos ver quando possível. Mas eu terminei a faculdade e fui procurar algum emprego na cidade onde Megan estava, achando algumas entrevistas que faria inclusive naquele final de semana, e agora faltava apenas alguns minutos para ficarmos frente à frente novamente, apenas alguns minutos para ficarmos juntas novamente.

Pacify Her - RASCUNHOS

5

"Someone told me stay away from things that aren't yours
But was he yours if he wanted me so bad? /
Alguém me disse para ficar longe do que não é meu
Mas ele era mesmo seu se me queria tanto?"


Pacify Her - 4 - Amor ?... talvez um dia

"And loving her seems tiring
So boy, just love me down, down, down/
Amá-la deve ser cansativo
Então garoto, vem me amar até o fim, fim, fim"



Pacify Her - 3 - Pare

"I can't stand her whining
Where's her binky now?/
Não suporto ouvir ela reclamando
Cadê a chupeta dela?"



Pacify Her - 2 - Mémorias

"Someone told me stay away from things that aren't yours
But was he yours if he wanted me so bad?/
Alguém me disse pra ficar longe das coisas que não são minhas
Mas ele era mesmo seu se me queria tanto?"



Pacify Her - 1- Olhar triste

"That basic bitch leaves finally
Now I can take her man /
Aquela vadia básica sai finalmente
Agora eu posso pegar o homem dela"


Cosmic Order - CINCO

— Criei uma conexão com vocês, então sim , estou em suas cabeças! Agora me digam se conseguiram.. 

Syela e Sasha se olharam por um instante. Sabiam exatamente quem era em suas mentes. Gray mestre. 


Cosmic Order - QUATRO

Seus olhos abriram quando a sirene vermelha tocava desesperadamente dentro da nave. A ala que antes tinha apenas quatro contando com Syela e Sasha, naquele momento tinha bem mais. 

— Código 244 ! — Uma das criaturas falava em alto e bom som para que todos pudessem ouvir. 


Cosmic Order - TRÊS

Syela tentava puxar a garota apressadamente para dentro da nave espacial. Eles não podiam perder mais tempo, e deveriam partir imediatamente, mas Sasha puxava seu corpo para o outro lado. Seu coração batia tão forte que ela poderia jurar que poderia pular a qualquer momento. Não queria morrer, pelo menos não naquele momento, e não como ela pensava, sendo os tais exemplos; a) morta pelos extraterrestres cheios de ódio; b) morta sem ar, perdida no universo, pois afinal, a probalidade deles terem máscaras de oxigênio é mínima ; c) ela não tinha uma questão "c", pois as outras possibilidades iam e vinham tão rápido que ela não conseguia raciocina-lãs tão fácil. 

— Eu não posso ir, eu vou morrer! ...Eu não posso morrer — Sasha fincou o seu pé no chão com toda a força que tinha, e após as tais palavras Syela fez o mesmo. 

— Você não vai morrer! 

Cosmic Order - DOIS

Sasha e Ian caminhavam na direção contrária a que todos estavam indo. Na mesma direção em que a garota desabou a alguns minutos. Eles caminhavam do mesmo modo que os outros, como na mesma velocidade para não denunciar qualquer diferença com as outras pessoas, apesar de que nenhuma delas estava realmente se importando para onde eles estivessem indo ou o que iriam fazer. 

As câmeras não funcionavam mais, do mesmo jeito que plantas não cresciam mais, e as árvores pelas quais eles passavam eram tão velhas que estavam quase caindo aos pedaços. Não haviam folhas,e nem frutos, eram apenas de um cinza sem vida e deprimente. A Terra estava em uma situação apocalíptica muito antes de acontecer realmente a destruição fatal. Ela estava morrendo aos poucos. 

Cosmic Order - UM

O mundo está em constante mudança, seja ela boa e ruim. A humanidade em constante evolução. E ao decorrer dos anos os sentimentos não pareciam ser tão importantes. O dinheiro foi trocado por apenas um, e logo após trocados por cheffers, uma espécie de cartão de crédito aderidos nos braços logo após à nascença da criança, que não apenas localizava o dinheiro, como a identidade da pessoa. E muitas outras mudanças ocorreram ao decorrer dos tempos.

 O planeta estava começando a ficar cada vez mais inabitável, a temperatura começou a subir tanto que as geleiras derreteram, os mares e oceanos se aproximaram cada vez mais trazendo menos espaço para a humanidade viver. 


Cosmic Order - Prólogo

Texto tirado da internet (www.psicossoma.com
) e resumido pela tia Isa para não ficar tão gigante.


Meu diário de intercambio- 1. Como tudo começou

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(SEM REVISÃO)


Ter um diário de intercâmbio sempre foi um sonho que tive desde pequena, não o fato de ter em si um diário, mas sim, fazer o intercâmbio, sendo o diário apenas um extra que eu poderia adquirir caso quisesse.  

Para sempre Califónia - Three

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Jess foi o primeiro a dar o primeiro passo para dentro da casa, um pouco tenso, seguido por Alice que ainda se mantinha quieta, mas foi quando viu o rosto conhecido de sua mãe sentada no sofá a alguns passos dos dois que sentiu um arrepio quase instantâneo causado em sua espinha. 

Para sempre Califórnia - Two

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Era de manhã quando Alice jogou a notícia que havia combinado de se encontrar com alguém que havia conhecido no dia anterior, e apenas tinha conversado realmente pelo celular. A verdade que ela mais fez um pedido a qual eles não se importariam se ela saísse e perdesse os programas da noite, do que apenas jogar a notícia. 


Para sempre Califórnia - One

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Não era difícil saber que ela recém tinha chegado na cidade. Seus olhos brilhavam pela 
janela do carro enquanto procuravam um estacionamento perto da praia. Já era passada das seis horas da tarde mas o sol ainda estava brilhando fortemente. Eles estacionaram, e ela saiu correndo em direção a areia enquanto tirava a sua blusa, ficando apenas de biquíni e seu shorts jeans cintura alta. 

Ela se virou rindo. Aquilo era um sonho. Los Angeles. Califórnia. Praia. 
Tudo o que ela sempre quis.


Pacify Her - Prólogo

"Tired blue boy walks my way
Holding a girl's hand / 
Um menino triste e cansado vem na minha direção 
Segurando a mão de uma menina"

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