Cosmic Order - CINCO

— Criei uma conexão com vocês, então sim , estou em suas cabeças! Agora me digam se conseguiram.. 

Syela e Sasha se olharam por um instante. Sabiam exatamente quem era em suas mentes. Gray mestre. 


— Conseguimos afastar um deles, mas outro surgiu. Estava um pouco distante, e é bem menor, então não vai nos afetar agora, mas pode causar problemas. — Syela anunciou com a cabeça erguida. Observava a paisagem ao seu redor enquanto pensava em todas as maneiras que poderiam fazer para que tudo se resolvesse.

— Não conseguimos pará-lo. Está forte de mais, e rápido demais. E tem outra coisa — Uma pequena pausa foi dada do outro lado antes de revelar o que precisava — A lua se afastou, e a Terra está indo direto para o sol. E o planeta X, direto para nós . Já estamos fora da órbita da Terra, mas os seres humanos estão muito maus. A maioria está muito doente, e o próprio dispositivo X está deixando um ar tóxico na própria Terra. 

Um silêncio permaneceu entre as três. Nenhuma palavra, e seus pensamentos não estavam mais otimistas como antes, mas para Sasha não era hora de desistir. 

— Tem algo que possamos fazer para resolver tudo isso ? — Ela anunciou animada. Não era hora como não podia desistir. 

— Tem uma lenda que se fizermos uma ligação extrema com o sol podemos estabilizar o sistema solar inteiro! — Syela virou para a garota, mas o seu olhar não estava animado. Estava triste — Mas é extremamente complicado, não dá. 

— Não podemos nem tentar? 

— Ninguém nunca tentou.. Nenhum shannun tentou, pois além de ser complicado é perigoso, por isso quando um sistema virava um caos, nós nos mudávamos para outro. 

— Mas essa não é a opção. Não dessa vez , vamos tentar! 

As duas ficaram se encarando por um tempo, até a voz da gray mestre aparecer em suas cabeças novamente, as dizendo para se apressar, e em um mero segundo as duas até haviam esquecido da sua presença entre elas.



A nave seguiu até o sol. Ninguém falava uma sequer palavra, mas muitos pensavam que aquilo era como suicidio e que não iriai dar certo. Mas quando a nava parou as portas se abriram e eles desceram. 

O processo era o mesmo, mas ao em vez de afasta-la, eles teriam que doar suas energias para ela. 

Eles não estavam em tantos quanto precisavam, mas não havia tempo de buscar o resto que estava vagando pela galáxia. Todos então se concentraram e começaram a doar sua energia, mas de um a um foram perdendo as energias e desmaiando. Um a um caindo. Um a um sendo uma energia a menos. Uns morreram no processo, e outros desistiram para levar os desacordados para dentro a nave. 

Todos se foram até sobrar apenas Syela e Sasha. 

— Sasha — Syela a chamou baixinho. Sabia que ela não iria responder, mas precisava dizer — Vamos embora. Eu não aguento mais, e você não vai conseguir fazer isso sozinha e vai acabar morrendo! 

— Não vou desistir! 

As duas ficaram em silêncio em um tempo até Syela anunciar antes de cair desacordada.

— Eu não aguento ma..

Um dos shannuns veio pega-lá para levá-la para dentro da nave, e chamou Sasha para que viesse também, mas ela negou, não sabia se era por que realmente queria aquilo, ou por causa da grande adrenalina que começava a percorrer o seu corpo. Mas não demorou muito tempo para que essa adrenalina se transformasse em desespero. 

Ela estava doando a sua energia sozinha para o sol. Era insano. Ela quase desistiu, mas uma voz dentro dela dizia para não fazer aquilo. 

Tentou se livrar do mundo exterior. Tentou absorvê-lo em si. Então em vez de apenas doar sua energia, ela puxou o sol para si, como se fosse dominá-lo e talvez joga-se para longe, como fez com a outra estrela, mas não era isso que queria, então focou no que queria e no que precisava e jogou suas mãos para frente com um impulso de seus braços, e tudo virou em uma luz só. Ela era o sol. 

Ela havia conseguido. Havia feito um ligação com o sol, e salvado o que sobrará do sistema solar. 

Sasha voltou para a nave com um sorriso no rosto e uma nova marca. Um sol.

Eles seguiram em direção á Marte, para que a garota reveja a família e amigos e decida com quem ela quer ficar, mas no meio do caminho a nave YMt230 , também conhecida como "última nave de recrutamento á Marte" é vista parada no meio do nada. Algumas partes estão terrivelmente amassadas, enquanto outras uma fumaça terrível sai de imediato. 

— Parem! — A garota ordena quando vê a nave a sua direita. — É a nave da Terra.

Seu coração dispara e ela faz com que eles abram a porta o mais rápido possível. Se alguma coisa acontecesse com o seu melhor amigo ela nunca iria se perdoar. 

A porta de saída estava lacrada, e eles não conseguiam abrir de jeito nenhum. Tentaram a segunda, que estava mais fácil de se abrir, por já estar estourada e meio aberta. 

A garota entrou rapidamente na nave se batendo um pouco por causa da fumaça que vinha de alguns lugares. Alguns cadáveres rosavam seu corpo enquanto ela tentava desesperadamente entrar em alguns lugares menores em busca de alguém vivo. Já bastava toda a população que estava na Terra ter morrido por causa dos gases tóxicos e do horrível calor, aquele agora era apenas mais um planeta inabitável, e não queria que aquela nave fosse apenas mais uma nave inabitável.

Ela procurava o maximo que podia até escutar um barulho vindo de uma parte mais no fundo. Largou o que estava olhando e foi diretamente em direção a barulho, que vinha de uma porta emperrada.

— Oi, é a Sasha... Que seja , tem alguém aí ? 

— Sasha ? — A voz de Ian vinha do outro lado da porta e a garota não pode não sorrir com a felicidade de seu melhor amigo estar vivo — Como você está aí ? 

— Longa história! Vamos abrir isso ! 

Chutes foram dados na porta. Empurrões, e tudo o que era possível, até ela finalmente abrir. Tinha em média quinze pessoas que estavam em trajes espaciais e vivas. Eram poucas, mas era no mínimo bom para Sasha que tivessem sobreviventes. 

Não obteve muito tempo até que Ian fosse ao encontro dos braços da garota. Ele nem questionou o fato dela estar diferente, pois ele sabia que era ela e ponto, não precisava mais nada além do abraço de sua melhor amiga. 

• 

A nave pousou devagar em Marte, e as portas foram abertas logo em seguida, e Sasha sorriu ao perceber que apesar de nem tudo ter dado como eles queriam, eles haviam conseguido salvar o sistema solar. 

Ian veio ao seu lado entrelaçando seus dedos, e apesar de sua mão estar coberta pelo traje espacial, ela podia sentir sua mão quente na dela. 

Os dois desceram juntos até encostarem o seus pés no chão de Marte. Não era perfeito, mas eram o que eles tinham no momento. Marte tinha ar tóxico, não tinha ar e era frio, mas apesar de tudo os seres humanos tinham um plano, e talvez daqui há uns bons anos ali pode ser a Terra Dois. Dentre liberar megatons de gás de efeito estufa para aquecer o planeta liberando as reservas de águas congeladas, ou até mesmo conviver diariamente com algas para poder sobreviver, o resto de resolveria, afinal depois de tudo que passaram não iriam desistir tão fácil. 

Era apenas uma nova fase. E conforme as futuras gerações nascessem, seus sistemas iriam se acostumando cada vez mais com Marte, seja até mesmo com a baixa gravidade do planeta. 

— Não acredito! — Uma voz veio até Sasha chamando a sua atenção. Ela sabia quem era. 

Soltou as mãos de Ian e correu ao encontro de sua mãe, que não via fazia um bom tempo. As duas se abraçaram por um tempo com lágrimas nos olhos, mas se separaram logo em seguida. Era proibido. Olharam para os lados para tentar achar olhares de ódio e repulso, mas em vez disso os olhos estavam apenas de amor e gratidão. Os corações gelados haviam acabado.

— Desculpa não ter contado isso antes, filha! É que era algo muito difícil para mim.. 

A garota assentiu com os olhos marejados de lágrimas.

— Eu te amo, mãe! — ela disse entrando em mais um abraço.

— te amo, minha criança! 


Sasha resolveu não escolher um lugar só para viver. Vivia com os shannuns pelo universo, e os ajudou a escolher um novo lar, que apesar de tudo também era dela. Eles a ensinaram algumas técnicas e a ajudaram com os seus poderes. Os humanos eram a sua família também , e apesar deles viverem bem menos tempo que ela, a garota queria aproveitar todos os momentos que eles tinham juntos. Doia ao ver seus amigos e familiares envelhecendo enquanto ela continua a mesma, mas não trocaria a companhia deles por nada, e ficaria junto com eles até o final de suas vidas. 

Ela não era a mesma de antes. Era mais do que era antes. E a ordem cósmica estava ocorrendo..

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