conto

A pasta estava aberta em sua mesa. Com a mesma foto estranha e assustadora da garota morta,que ainda lhe causava arrepios. E também com o mesmo nome dado para o caso, "entre escritórios e velas" . Ela sempre pensará que depois de um tempo quando visse aquele caso, ela riria, das formas bobas que tentaram achar graça do jeito do assassino, ou as coisas que ele fazia para chegar no final, mas ela não riu, da mesma forma que não achou graça nenhuma, e começou a ver o caso como mais macabro do que achava que era.

inspo 4

A garota apenas balançava a cabeça em negativa diversas vezes. Uma lágrima no canto do seu olho queria descer rapidamente pelo seu rosto, mas ela não a deixava. Não queria chorar na frente dele. Não queria parecer fraca. Então apenas cuspiu as palavras com toda a força que ainda a restava. 

— Eu te odeio, Cole! Eu te odeio, Cole Sprouse com toda a minha vida! A única coisa que eu queria é poder voltar no tempo e nunca ter te conhecido. Eu te odeio. Odeio. 

E entre seus atos de ódio e pudor as lágrimas apareceram, e ela não consegui mais controla-las e elas desceram rapidamente pelo seu rosto. Cole veio até ela, que tentava desesperadamente limpar as lágrimas, ele segurou seus braços com calma, da mesma maneira que soltou as próximas palavras. 

— Calma. Apenas.. Se acalme. 

SN franziu a testa e negou novamente. 

— Me solta! — A garota tentava se soltar dos braços de Cole que a segurou com mais força. 

— SN, Ei. Por favor, me escuta. 

— Não — Ela gritou e finalmente saiu dali. As lágrimas saiam sem permissão e ela não sentia que havia feito a coisa certa. Aquilo era mesmo necessário? 

inspo 3

Olha não quero que ache que isso aqui é um discurso de ódio ou apenas um draminha de minha parte. Só estou colocando as cartas na mesa. Falando o que eu acho e penso, é mais um desabafo do que qualquer outra coisa.
Certo dia um passarinho azul me falou que você não gosta de textos grandes, mas eu não sei qual o tamanho vai ficar esse como também se não quiser ler, não leia, nunca fez nada que não quis mesmo. 

inspo 2

Ela chorava em seu quarto silenciosamente. Estava cansada de tudo aquilo. De fingir ser alguém enquanto era totalmente outra. Sentimentos falso. Palavras falsas. Mentiras criadas. 
Iria sair em menos de meia hora e estava deitada na cama com a maquiagem borrada ainda com lágrimas em seu rosto, a luz apagada e uma música passando pelos seus fones de ouvido. Ela queria gritar, mas sentia que não podia, como se algo estivesse a impedindo. Queria, mas não podia. Então ela chorava, silenciosamente, mostrando o que realmente sentia para as paredes do seu quarto. 

A música para e começa o toque do seu celular. Jonas. O cara que ela iria sair. O cara que conhecera a noite passada. Ela iria atender se não tivesse com a voz embriagada de tanto chorar, então apenas desligou o celular e mandou uma mensagem. 

"não posso falar agora. To quase pronta, você tá vindo?" 

A resposta foi quase simultânea, com apenas um "Ok, estou quase saindo" , o que fez a garota levantar correndo da cama e ir direto para o banheiro para lavar o rosto e passar uma maquiagem decentemente e terminar de se arrumar. Trocou a música para uma mais animada e começou a fazer o que mais fazia. Fingir. 

Fingir sentir-se bem. 
Fingir estar bem. 
Fingir que tudo na sua vida está bem. 
Fingir. 

Então após uns minutos uma buzina vem do lado de baixo



Ela achava que os outros se preocupavam demais, mas o que ela não queria admitir é que ela se preocupava bem mais que qualquer um deles. 

Ela deu um trago e voltou o seu olhar para o horizonte. Pensava em tudo enquanto a sua mente embaralhava. Ela estava perdida com os olhos manchados de preto por causa da pequena crise de choro que teve alguns minutos atrás. Não sabia onde estava os seus sapatos, ou o que estava fazendo naquele lugar. 

- Marina ! Marina ! - Uma voz a chamava, mas ela estava muito chapada para dizer de onde viam. 

Uma mão encostou no seu ombro, a fazendo virar repentinamente. Ivy era loira e estava com um sorriso eletrizante no rosto. Estava com um vestido de festa preto e com saltos cor de rosa em suas mãos, mostrando suas unhas bem feitas. 

- Estávamos te procurando faz tempo. Estávamos preocupados com você !- A garota falou puxando a amiga para longe daquele lugar. 

Marina foi dar uma tragada, mas antes de qualquer movimento Ivy pegou o cigarro de maconha de suas mãos, dando uma tragada forte antes de apaga-lo e jogá-lo no chão. Marina reclamou, mas logo deixou ser levada pela amiga. 

Chegando mais pro final da floresta, as duas já podiam ouvir o barulho alto da festa de dezessete anos de Carolina. Ivy e Marina ainda não sabiam ao certo o fato da menina ter as convidado, pois Carolina era um ano mais velha, e elas e as garotas nem conversavam muito, mas pelo fato de ter mais que 700 convidados, sabiam que as duas não foram uma de suas primeiras opções.

As duas entraram novamente na festa, mas enjoada com o cheiro de maçã doce da entrada e o tumulto de pessoas logo em seguida fez Marina dar um passo para trás . 

- Fique aí , vou pegar água ! - Ivy revirou os olhos e entrou rapidamente mais para dentro da festa. 

Marina saiu apurada com ânsia daquele cheiro se encostando em uma das árvores mais próximas. 

- Parece que você não está no seu lugar, que não pertence aqui ? - Uma garota loira, alta, magra e muito bem arrumada com um vestido azul apareceu ao seu lado. 

Marina concordou com a cabeça. Ela sabia que não pertencia aquele lugar. 

- Aceite a chave, garota misteriosa ! - A loira sorriu lhe entregando uma caixinha, e então logo seguiu para dentro da festa novamente. 

Quem ela era ?



A resseca no outro dia estava a matando, mas ela precisava fingir que estava tudo bem, como todas as outras vezes, fingindo estar bem, fingindo estar sã e sóbria para que a tia não descobrisse.

Marina passou uma água no rosto mas descontente com apenas isso, se despiu e foi tomar um banho na água gelada. 

A tia no andar de baixo lia uma revista incomodada com uma irritação nos olhos deixando a revista de lado e indo até o telefone. Ela ligaria para o oculista para marcar uma consulta, que por sorte tinha uma consulta que haviam desmarcado daqui uma meia-hora. 
Melissa correu para o segundo andar para terminar de se arrumar para poder chegar a tempo, pois o oculista era longe de sua casa. 

-Marina vou no oculista, já volto ! - Melissa bateu na porta de Marina antes de sair correndo para o primeiro andar. 

Marina concordou enquanto secava o seu corpo, ela não falou nada, sabia que a tia não estava mais ali para ouvi-la. 
Saiu enrolada na toalha e foi em direção à sua cama a qual estava com o seu celular tocando desesperadamente. 

- Alõ ? -  A pequena atendeu indo em direção às suas calcinhas.

-Oi filha, tudo bem ? 

- Oi mãe, eu To bem e você ? - A pequena abriu um sorriso. 

Marina havia se mudado para a casa da tia, que morava em uma cidade maior que a dela, para poder cursar um ensino médio melhor, e até continuar com a faculdade no mesmo lugar. 

- To ótima , me conte as novidades? Tava com saudade !- A mãe abriu um grande sorriso do outro lado da linha, estava ansiosa para contar a novidade. 

Nesse meio tempo, Marina colocou o celular no viva-voz para poder se trocar. 

- Tá tudo ótimo, a escola tá legal, minhas amigas bem, tá tudo bem com nós. E ontem até eu fui em uma festa de aniversário- Marina falou tudo tão devagar que até estranhou, não sabia que era por causa da resseca, ou pelo fato de estar escolhendo qual blusa iria usar, ou também pois estava escolhendo as palavras para poder falar com mãe, ou também por causa de todas as opções. 

- É tem algum menino que você tá gostando? 

Marina revirou os olhos. Não tinha tempo para pensar em garotos. 
Ela achava que estava bem apenas ela, sem nenhum garoto para incomoda-la . Mas no fundo sabia que tinha medo. Medo de não achar a pessoa certa. De se iludir. Medo de amar. 

" Todos que eu gosto, não gostam de mim. 
E os que gostam de mim, eu não gosto" 

Foram as suas últimas palavras sobre o amor e ela mesma em uma frase. 

- Não tem ninguém !- Ela disse depois de um tempo, e finalmente achando o que iria usar.

- Então eu vou te contar uma novidade ! Posso ? 

- Claro - Ela deu de ombros indo até as coisas da festa da noite anterior. 

Ela pegou o seu vestido e o seu sapato para guarda-los, ou talvez colocá-los para lavar , mas embaixo deles havia duas caixinhas. Uma era a lembrancinha da festa, enquanto a outra não se lembrava de onde era. 
Largou as roupas em cima da cama, e foi pegar a segunda caixinha. Dentro dele havia um colocar a qual havia um pingente com uma chave, é um pequeno bilhete. 

" Me encontre no 'Ice Cream Dream' as quatro de e meia para podermos conversar. 

Beijinhos. 
-Orange "

- Filha tá aí ? - a mãe a chamou, estranhando o desaparecimento repentino da filha. 

- Oi.. To sim. - A pequena fechou de imediato a caixinha, colocando-a em sua bolsa, antes de ir em direção aos seus sapatos . 

- Então filha, eu vou ir aí nas suas férias de meio de ano, junto com seu pai e seu irmão.

-Sério ? - A pequena amarrou o seu coturno com a sua cabeça pensando em que horas seriam. Mas logo voltou a atenção nas palavras anterior da mãe. Por que falava das férias de Julho, se ainda não estavam nem no fim de Maio ? 

- A gente vai ficar uma semana aí, mas na semana seguinte nós voltaremos para casa, e você vai estar Los Angeles e Las Vegas com uma amiga ! 

Marina parou na hora. 

- Como assim ? 

- Para o seu aniversário querida! E já falamos com a mãe da Ivy ! 

A pequena sorriu instantaneamente. Sempre foi seu sonho ir para lá, e ainda com a sua melhor amiga. Mas logo que pegou o celular percebeu que faltava poucos minutos para as quatro horas, e precisava ir a pé até a sorveteria. 

- Mãe eu preciso ir, conversamos depois ? 

- Claro, querida ! Se cuide. 

- Tchau. 

A ligação foi desligada e Marina desceu apressadamente para o primeiro andar. Escrevendo um bilhete para a tia, antes de sair pelas ruas com pressa para que pudesse chegar a tempo.

© Nome do seu Blog - 2016 | Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento por: Jaque Design | Tecnologia do Blogger.
imagem-logo