the nerd- 0 ao 12


Nerd: é o termo utilizado para definir uma pessoa muito dedicada aos estudos, alcançando níveis intelectuais acima dos previstos para sua idade.

Como se referia a pessoas que não se integravam com os outros do mesmo meio, a palavra passou a ter uma conotação depreciativa para se referir a quem se dedica a alguma atividade antissocial, ou a quem tem dificuldades em se integrar a um grupo em virtude da própria timidez.

1

Olhei para todos em volta rapidamente tentando entender qual era o assunto do momento e torcendo para que ninguém tivesse percebido que meus pensamentos haviam ido para longe e que eu estava encarando a parede por tempo demais, mas por sorte todos estavam entretidos demais para perceber meu pequeno devaneio.

Senti uma mão em meus ombros, o que faz virar rapidamente assustada com o toque repentino e dou de cara com Taylor com um sorriso no rosto.

— Vem comigo na cozinha pegar umas bebidas? — ele diz baixinho para que somente eu pudesse escutar enquanto tirava as mão dos meus ombros as deixando estendidas. 

Devolvi com um sorriso em meus lábios, me levantando e finalmente aceitando a mão do rapaz, eu sabia sua intenções e se falasse que não gostasse seria mentira, e ninguém iria perceber mesmo, pelo menos era o que eu achava. 

Ele me guiou até a cozinha fechando a porta logo depois de entrarmos, o que ajudava a abafar um pouco da música e das conversas do lado de fora. 

— Tava com saudades de você! — Ele disse chegando cada vez mais perto de onde eu estava. 

— Aí que mentira, a gente se viu hoje de manhã! — respondi colocando algumas mexas do meu cabelo atrás da orelha involuntariamente. 

— Então posso dizer que você está linda hoje? — suas mãos passaram para a minha cintura e logo para as minhas costas me puxando devagar para mais perto dele. 

— Você só fala isso porque quer me beijar! — disse devagar sentindo a minha respiração mudar com aquela proximidade. 

Ele desceu um pouco mais a mão chegando na minha bunda e a apertando devagar, olhei para os lábios percebendo ele passar a língua na mesma.

— Posso admitir que é por isso, mas juro que não é mentira! — ele pronuncia levemente chegando perto dos meus ouvidos. 

Então ele finalmente junta os nossos lábios enquanto eu passo meus braços por trás de sua nuca, nossas línguas se encontram e o beijo continua em uma harmonia prefeita e cheia de excitação como se fosse o último beijo de nossas vidas. Ele logo me faz caminhar alguns centímetros para trás sem parar o beijo em nenhum minuto, descendo um pouco mais suas mãos e com uma pequena desconexão dos nossos lábios ele me levanta para cima do balcão ficando com o quadril entre minhas pernas, e logo o beijo volta enquanto o garoto tira meus cabelos do meu pescoço descendo o beijo lentamente até ali. 

Sinto a minha respiração fraquejar e tentei controla-lá imediatamente, fazia um tempo que eu e Taylor tínhamos esses encontros íntimos, e admito que eu realmente gostava deles, muitos falavam que éramos o casal perfeito e que deveríamos ficar juntos, mas eu o conheço e não sei se isso daria certo, éramos amigos coloridos, e era isso que importava naquele momento, o que importava era o momento . E eu realmente não entendia o que Taylor realmente queria, e eu tinha muitos talvez na minha cabeça, e nem mesmo eu sabia o que eu queria ou sentia, e não poderia viver com um talvez, mas a única coisa que eu sabia era que meu coração acelerou quando ele tirou uma das mãos das minhas costas para passá-la para a parte da frente, descendo levemente até chegar no meu jeans, abrindo os botões lentamente enquanto voltava a me beijar. 

— O Taylor por acaso vo...opa, desculpa aí, cara! — disse Nash abrindo a porta rapidamente mas fechando ela logo em seguida. 

Taylor olhou para mim na mesma hora dando uma suspirado enquanto fechava o botão que recém tinha sido aberto. 

— O que você precisa, Nash? 

A porta se abre lentamente revelando um Nash com olhos arregalados e eu finalmente desço de cima do balcão arrumando minha roupa e cabelo logo em seguida. 

— Na verdade a gente precisava de mais bebida, igual você tinha falado que ia buscar há algum tempo! — Nash menciona coçando a nuca tentando sair da cena tensa que o mesmo tinha se colocado. 

Em poucos segundos Taylor já está com mais um litro de vodka na mão, me dando um pequeno sorriso que quase que se lia como "desculpa" e logo segui os dois até a sala novamente, onde pude escutar alguém dizer "Hmmm safados" o que me fez olhar diretamente para Ocean a qual estava me encarando.

— Mas é como eu te disse, é claro que a gente consegue pegar todo mundo! — disse Berverly dando de ombros olhando com desafio para Cameron, a qual apenas respondeu com uma risada sarcástica. 

— Claro, quem a gente quiser! — Summer se intrometeu no meio com convicção  — E como vocês sabem, quem a gente quer, a gente consegue. 

— As últimas bolachas do pacote — Johnson zombou recebendo um tapa em sua coxa de Ocean logo depois do pronunciamento, fazendo uma cara de dor no mesmo instante

— As últimas Coca - Colas do deserto elas — Jack G debochou.

— Cala boca, Gelinsky — gritou Beverly logo em seguida jogando uma almofada no garoto. 

Olhei para a confusão toda ainda tentando entender da onde aquela história havia vindo, mas não tinha nada haver com a conversa que eles estavam tendo antes de eu sair da sala, mas também não estava prestando muita atenção. 

— Qual é meninas, vocês nem são tudo isso, são gostosas, mas não ao ponto de pegarem quem quiser — Nash tentou explicar e foi nessa hora que meu queijo caiu e olhei para as meninas que reviravam os olhos e faziam cara feia. 

— Então eu desafio vocês beijarem aqueles nerds da escola, os excluídos.. — Cameron desafiou, entrando no meio da conversa, a qual ele estava estranhamente quieto até o momento. 

— Todos querem ficar com a gente, esses aí não vão ser muito difícil.. —  Ocean falou com um tom vitorioso. 

— Por que vocês acham que todo mundo quer ficar com vocês? — disse Taylor finalmente se sentando na ponta do sofá

— Você quis! — rebato com um sorriso debochado na cara a qual todo mundo começa a exclamar ao redor coisas como "oooo".. "Eita cara" e coisas do gênero, enquanto eu continuava encarando Caniff do outro lado da sala.

Ele ficou me olhando por um tempo, e eu sabia que quando eu e Taylor fazíamos algo do género um dos dois tentaria colocar pressão ou fazer qualquer coisa para testar o outro, mas eu sentia que dessa vez a coisa não ia ser muito simples.

— Então vamos dificultar isso já que para vocês beijar eles vai ser fácil, vocês precisam tirar a virgindade deles — Caniff falou devolvendo todo o meu deboche mas ainda me encarando. 

As meninas concordaram rapidamente, animadas demais na minha opinião, enquanto meus pensamentos se embaralhavam querendo achar qual era o real objetivo de Caniff, mas quando olhei para para o lado, Ocean, Beverly e Summer me olhavam esperançosas e eu finalmente concordo em participar. Se ele queria jogar sujo, eu também iria.


2

Pepper Girls
Berverly Hills, Mais que verão, summer , Ocean (não mar) and you 

You: A gente vai mesmo fazer isso? 

Ocean (não mar) : Claro que vamos 

Beverly Hills: Mas é claro! Vamos conseguir isso fácil, monas. 
Aqueles nerds vão realizar o maior sonho da vida deles !!!!

You: Vocês piraram por ter aceitado o desafio! Não perceberam que era apenas uma jogada do Dallas e principalmente do Caniff? 

Ocean (não mar): Nem vem, Lua, porque você também aceitou.

Mais que verão, Summer: Foda-se... Agora eu levei isso pro lado pessoal e vou cumprir esta aposta custe o que custar!

Ocean (não mar): Olha quem brigou com o namorado 

You: Ahh Summer, não vai me dizer que só fez isso por causa do Dallas ...

Beverly Hills : Olha quem quer fazer o Dallas ficar irritadinho, não é, verão ? 

Mais que verão, Summer: Como se a Lauren não quisesse só deixar o Taylor com ciúmes. 
Não era eu que tava pegando alguém na cozinha, hein? 

You: Tá, que seja, vamos logo com isso

Ocean (não mar) : Até que enfim. Eu quero o Manu

Mais que verão, Summer : Por quê? 

Ocean (não mar) : Não sei, ele é bonito. 

Beverly Hills : Eu quero o Dylan, já vou falando
Vai ser um prazer pegar aquele nerd gostoso

You: Como é o nome daquele bonitinho? 

Beverly Hills: Aaron? Ele é da igreja

You : Pode ser ele 

Mais que verão, Summer: Eu saio por um segundo e vocês já estão escolhendo as pessoas...
Então eu fico com o Mendes 

Ocean (não mar) : Que os jogos comecem!

3

Acordei horas mais cedo do que eu era acostumada por causa das brigas e gritos dos meus pais novamente, que iniciaram dessa vez antes do sol nascer. Tentei de todas as formas possíveis me manter dispersa daquela confusão, mas eu não conseguia dormir mais , mesmo tendo tirado poucas horas de sono. Já tinha visto o nascer do sol, a música não adiantava mais , e eu estava totalmente entediada, e pior, morrendo de fome. 

Eu não escutava mais nada, mas sentia a tensão do lado de fora , e para falar a verdade eu não aguentava mais toda aquela situação, por isso me troquei rapidamente, peguei minha bolsa e fui em direção a um café vinte quatro horas que tinha em direção à escola, pedindo finalmente uma comida é um café quentinho para tentar me manter acordada o dia inteiro. 

Na frente de onde eu estava sentada tinha uma janela gigante de vidro, a qual eu poderia ver todo o movimento da rua, onde eu estava exageradamente prestando atenção, afinal, eu não tinha ninguém para conversar e meu celular já tinha acabado a bateria. E de todas as pessoas que passavam eu me perguntava mentalmente o por que a pessoa estava passando naquele lugar aquele momento, para de alguma forma tentar ocupar a minha cabeça, até que eu percebo Dylan e Aaron passando pela frente do café em uma conversa animada, o que rapidamente eu dou uma pequena olhada na minha xícara vazia deixando o dinheiro em cima da mesa e levantando apressadamente para seguir os garotos. 

Era impressionante o quão rápido os dois caminhavam e eu tentei ao máximo não parecer que estava correndo atrás de ambos apesar que pelo menos duas vezes um deles olhou para trás um pouco desconfiado e eu tentei fazer com que parecesse que não tivesse nada a ver com eles, até que finalmente eles param perto dos armários e eu pato um pouco antes para recuperar o fôlego para começar a me aproximar dos dois lentamente, torcendo mentalmente para que eles não se movimentassem.

—Seu rostinho é tão lindo! — digo me encostando levemente no armário ao lado ao dele e eu finalmente tenho sua atenção — Entre minhas pernas deve ser mais lindo ainda.

Dou um sorriso e ele me encara com os olhos arregalados e eu quase posso ver o botão de pânico sendo ativado em sua cabeça com aquela sirene e luzes vermelhas. 

— Deus me proteja — Aaron pronuncia rapidamente ainda paralisado 

—Então a resposta é sim? — joguei meus cabelos para trás fazendo uma cara maliciosa. 

— Claro que não! Eu nem te conheço e não quero ir pro inferno, muito obrigado! 

Mudo minha expressão quase que de imediato , arrumando minha postura arqueando minhas sobrancelhas. 

— Meu deus! 

— Eu que diga "Meu deus", você sabia que na Bíblia .. 

— Tá tá... Desculpe, eu estou indo — Dei um sorrisinho falso finalmente me virando para sair daquele lugar

Nunca fui muito religiosa e não precisava ouvir sermão de alguém que tinha uma visão totalmente diferente que a minha, tinha idade suficiente para ter na minha mente o que eu achava era certo e o que era errado

— Aii— disse Aaron com falsa dor o que me fez virar a cabeça para trás para perceber que Dylan havia dado um pequeno tapa na parte de trás da cabeça do garoto. 

— Tá maluco, cara ? É a Lauren Gomez — disse Dylan logo em seguida quase em um sussurro mas que eu consegui escutar pelo fato de ainda ter poucas pessoas pelos corredores.

— Tá, ela é bonita e tudo mais, mas dizem que os pais dela estão quase se divorciando, e você sabe sobre os boatos dela com aquele Taylor entre outras coisas que.. 

— Pecado, e não sei o que, eu sei desse teu discurso, eu respeito à tua opinião, mas era a Lauren.. — Dylan o interrompeu com um tom de voz um pouco mais alto que o interior, mas logo depois o diminuindo e logo depois do meu nome ser pronunciado eu não consegui escutar mais nada.

Comecei a andar pelos corredores tentando achar algo para fazer ainda entediada e procurando as minhas amigas que não apareciam nunca, até que eu vejo Ocean andando tranquilamente e vou apressadamente até ela muito feliz por ter achado um rosto conhecido, mas nesse meio tempo eu havia percebido que não daria certo eu ficar com o Aaron, sei que era apenas uma transa, mas não conseguiria fazer isso com alguém que me olha como se eu fosse a pessoa mais profana da face da terra. 

— Ocean, não da mais, não vai dar certo esse desafio! — pronunciei logo em seguida que cheguei na frente da garota, aquilo estava preso na minha garganta a alguns bons minutos — O Aaron acha que eu sou o pecado em pessoa, só pode! 

— Espera, calma, então a senhorita que desde ontem falava que não tava muito afim de fazer a aposta, hoje de manhã já está dando em cima dos caras ? — disse Ocean segundos depois ainda com uma cara de sono. 

— É .. Eu só fiz uma cantada, aquela do rostinho bonito sabe? E ele ficou me olhando com uma cara que nem sei explicar 

— A Beverly disse que ele era da igreja e você faz essa cantada!? — Ocean segurou o riso imaginando toda a cena. 

— Eu quero trocar, você quer trocar comigo? — a sentença sai tão rápido da minha boca que eu sinto meu coração acelerar em questão de segundos. 

A morena ficou me encarando por um tempo enquanto assentia com a cabeça começando a caminhar novamente em direção ao seu armário e eu logo a acompanhei. 

— Não podemos trocar, Lauren! Tenta de novo, seja menos direta, talvez dê certo— ela deu de ombros e eu assenti silenciosamente e logo o sinal toca avisando o começo de mais um dia letivo —Agora preciso ir, te vejo depois. 



Esperei até o final de todas as aulas para falar com as meninas, afinal, naquele dia não tínhamos nenhuma aula juntas, apesar de ter tido duas aulas com Cameron e Taylor que ficavam me cutucando para saber da aposta que eles haviam feito, mas eu não iria pronunciar nada, principalmente que havia levado um fora feio, então menti dizendo que havia chegado tarde na escola e não tinha visto nenhum deles. 

Encontrei Summer na saída e fui rapidamente até ela que me recebeu com um sorriso animado.

— Oi, Lua! Tenho algo pra contar pra você e para as meninas sobre o Shawn — Summer disse fazendo uma pequena dancinha com os braços.

— Eu também... eu preciso trocar de garoto! — falei com desespero trocando totalmente o clima.

— Opa opa, se ela trocar eu quero também! — Bervely apareceu do nada entrando no meio de nós duas já falando.

— Gente ... — Summer começou mas foi logo interrompida por Ocean.

— Não vai dar! Eu quero outro menino! — bufou enquanto completava a rodinha.

— Achei que era você que disse que não poderíamos trocar — Pronunciei olhando para a garota que me dava um pequeno sorriso.

— Não da nem para manter uma conversar descente com o Dylan! —  Beverly logo começou aumentando toda a bagunça recém iniciada.

— Menina, você precisava ver o corte que o Manu me deu! — Ocean contou.

— O Aaron é muito certinho, credo — Fiz uma careta lembrando de tudo o que eu havia escutado e visto.

— Calem a boca! — Summer gritou e todas nós ficamos quietas a olhando — Ninguém vai trocar de menino aqui — Suspirou — Nós vamos continuar com os mesmos meninos, tentem de novo!

— Eu vou matar você, piranha! — Beverly suspirou fazendo uma cara de brava. 

— Eu vou pra minha casa que eu ganho mais, falo com vocês depois — Ocean deu de ombros dando um aceno de cabeça logo se distanciando.

— Vou lá recompor a paciência que o Aaron me tirou, tchau vadias — Dei um sorrisinho mandando um beijo no ar e logo saindo da rodinha procurando os meus fones de ouvido na minha mochila.

Eu precisava de um novo plano, mas realmente não sabia qual e nem como eu faria isso, e eu já estava começando a ver que aquilo era bem mais difícil do que estávamos pensando, ainda mais se eu continuasse com o Aaron.


4

Guardei as minhas coisas no armário depois de uma aula de álgebra que eu não havia entendido nada e que eu quase achei que o professor estava falando grego, e ainda para me ajudar eu estava morrendo de sono por mais uma noite mal dormida. 

— Vamos logo, Lua! Você sabe que eu preciso contar um negócio para vocês e tem que ser antes dos meninos chegarem! — disse Summer inquieta ao meu lado. 

— Calma, vai dar tempo — fechei o meu armário e comecei a segui-la até o refeitório.

Logo avistamos Ocean ou Beverly na fila conversando para pegar comida, mas Summer logo as puxa pelo braço tirando as duas de lá.

— senhor,  o que é isso Summer ? Tá querendo em matar? Eu estou morrendo de fome   —  pronunciou Ocean brava por não ter conseguindo pegar a sua comida. 

— Ela quer contar alguma coisa, e eu não aguento mais ela falar isso, então, escutem — falei com um sorrisinho para que elas nos seguirem logo. 

— Preparadas para conquistar os nerds hoje à noite? — Summer diz animadamente — Vamos todas ir no bar hoje à noite. 

— Essa eu quero ver, nunca que o Manu vai ir em uma coisa assim, ainda mais depois de ontem! — Ocean exclamou dando um pequena risada. 

— Aaron é capaz de jogar água benta na minha cara! — Falei rapidamente e logo percebi as meninas tentando segurar a risada. 

— Vocês falam muito, já falaram isso para vocês? — Summer interrompeu o falatório — Eu já cuidei de tudo isso, o importante é vocês estarem lá às sete horas! Agora fiquem quietas — ela apontou a cabeça para a porta onde todas nós olhamos dando de cara com a outra parte do nosso grupo.

Os meninos vieram direto para a nossa mesa com um sorriso no rosto. 

— como vai a aposta? — Taylor perguntou se apoiando na mesa nos fuzilando com o olhar

— tá indo bem nós.. — Beverly começou mas levou um pequeno chute debaixo da mesa de Summer o que a fez parar na hora a sentença e mudá-la de imediato com um sorrisinho  — nós estamos preparadas para tudo! 

— Só acredito vendo, pode ser um vídeo se vocês quiserem — Cameron deu um sorriso de lado sentando ao lado de Summer. 

Dou uma risada sarcástica e cheia de ironia.

— Ata! Agora vão dizer que querem participar também? 

— Só se for eu e você, e ele em outro lugar! — Taylor se pronunciou rapidamente em cima da brincadeira do amigo.  

– não preciso saber da vida sexual dos dois, muito obrigado — Gelinsky fez uma careta puxando para outro assunto.

E o pensamento que estamos totalmente ferradas volta com tudo para a minha cabeça, a chance disso tudo dar certo na minha cabeça era mínima, e logo comecei a pensar em outras soluções para o desafio. 



Fiquei o dia todo com diversas coisas na cabeça, tentando colocar ordem nas mesmas, onde eu poderia listar com facilidade as quais eu estava mais preocupada, mas que acabei não fazendo pois sabia que eram perguntas sem respostas até o determinado momento dando preferência ao presente, a qual eu estava dentro do carro com duas das minhas melhores amigas ouvindo uma das nossas playlists preferidas. 

Descemos do carro rapidamente e eu dou uma última olhada no meu cabelo e maquiagem pelo retrovisor. Summer já havia chegado e mandou uma mensagem que dizia que já estava lá dentro com os garotos, a qual eu só acreditei realmente quando vi os cinco sentados em uma mesa. 

— Ah não! — Percebi Shawn dizer baixinho e quando passei o meu olhar para Aaron o garoto estava balançando a cabeça em negativa enquanto todos os outros nos encaravam perplexos. 

Arrumei meu vestido respirando fundo e segui em direção ao garoto que desviou o olhar para o lado quando viu que eu estava indo em sua direção. 

— Oi — disse calmamente com um pequeno sorriso encontrando as palavras certas para a próxima sentença — Olha, me desculpe por ter agido daquela maneira, será que poderíamos recomeçar? Vou mostrar para você que não sou esse tipo de garota que você está pensando. 

E foi nessa hora que eu percebi que estava mentindo. Mentir é pecado, não é?

Depois de alguns segundos ele finalmente concordou com a proposta e eu dei um sorriso vitoriosa e seguimos para uma bancada com cadeiras mais altas perto do bar, e foi ali que eu percebi que não sabia como começar uma conversa decente com o garoto. 

— Então, como você está? — finalmente quebrei o silêncio que havia entre nós com a pergunta mais clichê que existe. 

— Bem! Estou ótimo.. E você? 

— Também! 

— É verdade que seus pais estão se separando? 

Devolvo a resposta com um sorriso, não estava acreditando no assunto que ele havia puxado, tudo bem que eu ouvi ele mencionando o mesmo assunto para o Dylan mas nunca achei que isso fosse chegar até a mim. 

Chamei o garçom pedindo uma dose de vodka. Depois daquilo eu não iria aguentar aquela noite sóbria. Ofereci para para o garoto mais por educação do que por outra coisa pois eu sabia antes mesmo que ele não iria aceitar, mas o pior foi precisar ouvir um discurso do por que era perigoso beber nessa idade, o que me fez olhar para o bartender que estava rindo da situação por já me conhecer, e logo virei mais dois copos. 

Tentei mais algumas vezes continuar aquela conversa, mas tudo levava a assuntos certinhos ou discursos sobre coisas erradas, o que me fez a crer que ele estava fazendo aquilo só para me irritar, o que me faz dizer chega mentalmente saindo de lá com um sorriso falso procurando minhas amigas, mas acabei dando de cara com Dylan sentado sozinho em uma mesa a qual eu vou rapidamente sentar ao seu lado onde ele me olhou surpreso enquanto eu tentava controlar a minha respiração.  

— Como você consegue aguentar o Aaron? — fiz uma pergunta retórica puxando todo o ar que eu conseguia para logo depois soltar. 

— Eu.. Bem.. Ele 

— Não, não, não, não precisa responder, eu só preciso saber onde está a Beberly! — o interrompo percebendo a agitação no meu corpo forçando-o a me obedecer. 

— Ela disse que ia ir no banheiro e já voltava — Ele deu de ombros — Mas você fala do Aaron e eu falo da sua amiga, não por mal, longe disso, não me entenda errado, por favor! 

— Tudo bem, não esquente! — dou um sorrisinho voltando a minha atenção para ao redor da mesa.

— Lauren, podemos conversar por um minutinho? — Beverly colocou uma de suas mãos no meu ombros e eu me levanto quase de imediato. 

— Só um minutinho, já venho! — pronuncio para Dylan antes de seguir a garota que já havia se afastado da mesa. 

—Você ainda quer trocar ? — disse Beverly rapidamente com um sorriso no rosto. 

— Trocar o que? 

— De garotos, Lauren ! Você quer ? 

— Querer eu quero, principalmente depois dessa noite! Mas achei que não dava para trocar porque .. — comecei a minha sentença mas logo parei quando percebi uma nova mensagem no meu celular. 

Beverly começou a dizer que as meninas não precisavam ficar sabendo nesse exato momento é que depois a gente dava um jeito, mas minha verdadeira atenção estava na mensagem que eu havia recebido. 

— Tá, eu troco — a interrompo  — Você pode me emprestar teu carro? É importante.. Eu volto buscar vocês depois. 

— mas..

— Por favor, Beverly! Eu não ia pedir se não fosse importante! 

Ela assentiu me entregando a chave do carro a qual eu devolvo com um abraço e saio correndo procurando pelo carro na calçada.



5

Entrei no carro rapidamente, sentindo minhas mãos suarem e minha visão ficar meio turva. Estresse ou tensão, talvez ambos. Eu estava no piloto automático e sentia que minha respiração não estava uma das melhores. Abaixei o vidro tentando pegar um pouco de ar e logo observei Dylan ao lado da janela.

— Mas que porra! — pronuncio sem pensar. Ele havia me seguido? 

Minha mente estava tão concentrada em uma coisa só que minha cabeça passou a deletar qualquer outra coisa que estivesse acontecendo além disso. 

— Bem eu to sozinho, sabe, os meninos sumiram, e quando eu vi você pegar a chave do carro pensei que.. Ah esquece, você provavelmente tava dando uma desculpa pra não falar comigo pois é isso que todo mundo faz e eu sou um idiota por pensar que não sei, você deve me achar um idiota — Ele começou a falar tão rápido que por um pequeno momento eu esqueci o motivo de eu estar sentada no banco do motorista com pressa de sair de lá até que eu finalmente o interrompi.

— Não, não é nada disso! É só porque eu realmente preciso resolver algo! — Dou um sorriso de lado esperando alguma reação do garoto que estava parado ao lado do carro sem falar nada — Eu não queria ser grossa mas eu realmente preciso ir..

Minha pressão pareceu cair em um instante o que me faz piscar algumas vezes para tentar focar a visão, mas o mal estar só realmente começou a passar quando eu abaixei um pouco minha cabeça fechando os olhos por alguns segundos, 

— Você está pálida, não quer que bem... eu dirija ? — Ele se aproximou da janela e eu consigo sentir a sua aflição vindo até a mim. 

— E você dirige? — Perguntei em meio ao transe e ele deu de ombros. 

— Eu tenho um jipe.. Bem meu pai tem, mas eu uso..

Estou prestes a negar dizendo que poderia me virar sozinha, mas percebi que não estava nada bem para dirigir, e ainda estava um pouco bêbada o que complicava um pouco mais toda a situação, e considerando tudo, era uma péssima ideia sair sozinha naquela noite com todas as condições.

— Tá , entra aí! — interrompi o seu falatório pulando para o banco do passageiro sem sair de dentro do carro arrumando meu vestido logo em seguida — Vamos, Dylan ! É para hoje ! 

O garoto entrou no carro rapidamente levando a sua mão trêmula até a ignição o que me faz questionar por um segundo se foi uma boa ideia deixá-lo dirigir, mas ele logo deu uma respirada funda se acalmando. 

— Para onde vamos? 

— Para casa do Caniff ! — respondi sentindo minha respiração acelerar novamente relembrando da mensagem no meu celular. 

Dylan só ficava me encarando enquanto eu ficava tentando achar um porque dele não ter ligado o carro ainda, até que eu me lembro que tenho que passar o endereço para ele. Culpo isso o fato de estar muito tonta e cheia de coisas na cabeça. 

Ele ligou o carro e a playlist de Beverly voltou a tocar em um volume alto demais a qual eu abaixo um pouco em pequenos segundos, e finalmente volto minha atenção ao meu celular que estava cheio de mensagens pedindo onde eu estava, que ele estava ouvido barulhos,e para ir logo.

— Não quero me intrometer, mas qual o motivo de estarmos indo até lá? — Dylan perguntou na inocência, mas no fundo o garoto sabia do caso, e não queria acreditar que estava levando uma pessoa para transar com outra. 

— Bem, ele me pediu para não contar para ninguém, mas você está aqui, não está? — Dei de ombros tentando manter a minha visão focada em uma coisa só — Taylor me mandou uma mensagem dizendo que havia entrado uns caras na casa dele, que bateram nele e sequestraram a sua mãe, e ele tem até às três e meia da madrugada para conseguir uma quantia de dinheiro ou senão eles vão matam ela.

O garoto me encarou com os olhos arregalados e eu fiz sinal para que ele acelerasse, e em pouco tempo estávamos em um silêncio constrangedor para uma pequena viajem de meia hora até a casa de campo de Caniff. 

Talvez fosse a tensão mas eu não conseguia parar quieta, toda hora tentando batucar em algo. Aumentava e diminuía o som e checava o celular. E não conseguia puxar nenhuma conversa, parecia que minha mandíbula travava a cada palavra que eu pensasse em dizer, então minha mente começou a viajar para mundos paralelos criando teorias e conversando comigo mesma no silêncio. Os piores foram os últimos cinco minutos que pareciam passar nunca, até que finalmente avistei a casa do meu amigo toda escura e desci correndo avisando para Dylan ficar no carro. 

A porta estava um pouco aberta e mesmo com o meu coração batendo forte abri ela com tudo indo em direção a única luz que estava ligada. Pude notar marcas vermelhas no chão e coisas caídas, o que não me ajudou em nada e passei a acelerar ainda a mais meus passos. 

Na cozinha com apenas à luz da dispensa iluminando Taylor estava caído no chão encostado em um dos balcões, ele estava fraco, pálido e cheio de hematomas e cortes.  Me joguei ao seu lado sentindo algumas lágrimas vindo mas tentei me segurar, não era hora para isso. 

— Ei, ei, Taylor? — Dei umas batidinhas em seu rosto tentando acorda-lo e ele tentou abrir o seus olhos levemente — Fica comigo vai! A gente vai resolver isso, mas você precisa ficar comigo. 

Escutei um barulho atrás de mim o que fez meu coração acelerar ainda mais. Peguei um a faca na primeira gaveta e voltei meus passos para onde eu estava me abaixando devagar ao lado do garoto ainda tentando acorda-lo até que dois garotos entram encapuçados gritando na cozinha o que me faz dar um pulo até que eles tiram o capuz e eu percebo que é apenas Cameron e  Jack.

— Mas que merda é essa? — comecei distribuindo diversos palavrões logo após a primeira sentença o que fazia os garotos apenas rirem mais ainda da situação. 

— É só uma pegadinha, Lua! — disse Caniff se levantando ao meu lado entre as risadas — Desculpa, não achei que você ia ficar tão preocupada!

Ele passou a mão pelos meus cabelos enquanto eu revirava os olhos com os braços cruzados. 

— Aí que bonitinha, ficou preocupada.. — Cameron tentou imitar uma voz "amorzinho"

Revirei os olhos novamente dando uma bufada cheia de raiva, eu não iria falar mais nada, mas acabei mencionando uns "vão se foder" antes de me virar em direção à porta com raiva. 

— Calma, Lua! - Jack G falou enquanto eu passava ao seu lado e eu lhe lançava um olhar mortal. 

— Mas que caralho, vocês me fizeram vir até aqui para isso! É meia hora de viajem, seus idiotas! — Pronunciei parando por um momento antes de voltar a minha caminhada para fora daquela casa. 

Taylor veio correndo atras de mim acendendo a luz do corredor como da sala de estar no mesmo interruptor. 

 — Então aproveite a viajem e fique aqui essa noite! 

— Não posso! 

Continuei a caminhar começando a me sentir tonta novamente o que me vs cambalear um pouco até me segurar na parede e quase cair a questão de dois degraus. 

— Perai, você tá bêbada? — disse Caniff segurando o meu braço — Não posso deixar você dirigir assim, fica aqui mais um pouco, eu peço para os garotos irem para outro lugar, o que acha ? — ele foi mais perto do meu ouvido se abaixando um pouco para dar uma leve respirada no meu pescoço antes de despejar um beijo. 

Era tentador mas eu não poderia aceitar, como não queria. Ele achava que eu era fácil assim? 

— Dessa vez eu passo, além do mais tenho alguém me esperando no carro — dei um sorriso indo em direção ao carro tentando controlar toda a tontura me sentando no passageiro encarando Dylan que estava focado em alguma coisa a sua frente — Era uma pegadinha idiota, vamos para casa.. 

Ele concordou ligando o carro e finalmente saindo do seu pequeno transe, a música começou a tocar baixinha e eu fiz questão de olhar para o lado dando de cara com Caniff me olhando intrigado, mas sem saber quem estava dentro do carro pelo isofilme, e em pouco tempo por causa de todo o silêncio e movimento de carro eu acabei adormecendo sem nem mesmo perceber. 

Minutos depois uma mão tocou meu braço com pequenas batidas o que me fez acordar um pouco grogue de sono. 

— Não tem mais ninguém lá dentro, eu não sabia se te acordava ou não, mas não sei para onde vamos! — O garoto falou desviando os olhos dos meus enquanto esfregava lentamente uma mão na outra. 

Passei a minha mão nos meus olhos me ajeitando no banco, já estava um pouco tarde e não sabia se valia a pena ir naquela hora devolver o carro. 

— Vai em direção à sua casa, dai eu vou de carro para a minha! — Pronunciei em meio a um bocejo enquanto Blue Jeans tocava baixinho no som do carro 

— Tem certeza que está bem para voltar para casa? 

Concordei com um pequeno sorriso e ele logo ligou o carro novamente e eu fui prestando atenção na estrada para não me perder pelas ruas e assim para saber voltar para casa, mas logo algumas quadras depois ele para na frente de um sobrado marrom claro que eu tinha a impressão que o conhecia de algum lugar, mas nada vinha a minha mente. 

Descemos do carro ao mesmo tempo nos encontrando na frente dos faróis acessos. Olhei para o seu rosto finalmente percebendo os seus traços, e eu nunca tinha percebido que o garoto era tão bonito, passei a língua levemente nos meus lábios e passei o meu olhar para o seu rosto a qual estávamos da mesma altura pelo fato da minha bota tratorada de quase oito centímetros. Passei minha mão em seu rosto e despejei um selinho na sua boca. 

— Obrigada, Dylan! — Digo antes de finalmente soltar o seu rosto e voltar para o carro. 

O garoto deu umas piscadas tentando raciocinar o que tinha acabado de acontecer antes de sair da frente do carro. Ele não podia mentir, ele tinha uma quedinha moderada por Lauren Gomez a uns três anos. 


6

--lua.gomez



curtido por brandiebeverr , taylorcaniff,  dylanobrien, jackgilinsky, summer_sunshine e outras 1.999 pessoas. 

lua.gomez : Não sei se é tédio ou raiva do Caniff, ainda estou me decidindo.

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brandiebeverr : o que o caniff fez agora? 
    taylorcaniff  : ué, fiz nada não kkkkkk
         brandiebeverr  : sei
               lua.gomez : mas como se finge de inocente esse daí.

username : aí que agonia, alguém curte para virar 2000 logo 

taylorcaniff : DESCULPAAAAA LUAAAAAA 
    lua.gomez: tá me devendo 
          taylorcaniff : eu te compenso 
                 lua.gomez: não sei não 

camerondallas: melhor trolagem já feita kkkkkkkkkkkkkkkkk
lua.gomez : falo é nada

username2 : vem cá que eu tiro teu tédio 

dylanobrien : chegou bem em casa? 
 oceanmuler: aaa gente, que amor 
lua.gomez: @oceanmuler falo nada para você também 
lua.gomez:  @dylanobrien cheguei sim, obrigada por ontem :) 
summer_sunshine: hmmmmmmmmmmmmmmmm

username3: [ESSE COMENTÁRIO FOI CLASSIFICADO COMO INAPROPRIADO]

7

A música das Spice Girls invadiu o meu quarto me fazendo levantar em um instante, e eu me perguntei o por quê de ainda ter esse toque de celular, apesar de que wannabe nunca estaria ultrapassado, eu tinha colocado essa música por causa de uma piada inteira, e pelo simples fator de que estávamos nos comunicando cada vez mais por mensagens eu tinha até me esquecido que o tinha colocado.

Na tela aparecia uma foto da Berverly de três anos atrás e em pouco tempo eu descobri que ela precisava do carro dela de volta e foi esse um dos motivos de eu ter acordado praticamente cedo em um sábado e menos que trinta minutos após deixar o carro com a sua devida dona estar parada dentro de uma farmácia para pedir um remédio para dor de cabeça. 

— Lauren Gomez, o que está fazendo aqui nesse horário? — Jeremy pronunciou chegando ao meu lado a qual eu retribuo com um pequeno sorriso um tanto que forçado. 

Jeremy era um dos líderes do conselho estudantil, e tinha um potencial de ser uma das pessoas mais metidas no sentido de se intrometer que eu nunca tinha visto antes, além de se achar um dos melhores alunos, defendendo suas teses e opiniões enquanto andava com uma prancheta estranha pendurada embaixo dos braço, mas no final uma das melhores pessoas para obter informações. 

— Dor de cabeça, sabe como é que é né? — Tentei ser breve mas simpática, não precisava de Jeremy com pé atrás comigo, afinal ele era o garoto das informações e também não queria fofoca errada sobre a minha vida. 

— Sei bem, Sophia Backen do segundo ano está quase toda semana na enfermaria por causa de enxaqueca, mas muitos dizem que ela finge estar mal apenas para ir falar com um dos estagiários que trabalha lá no colégio, não que você esteja fazendo isso, não me entenda errado, é só uma informação aleatória — disse ele lançando um sorriso a qual eu devolvi antes dele prosseguir — Bem que eu estou aqui pela escola na verdade, eles vieram me pedir para encomendar umas vacinas por causa de uma viajem.

A escola fazendo Jeremy de capacho pelo simples motivo que sabiam que ele não iria recusar, isso é tão errado quanto minha cabeça está pensando? 

— Qual viagem? 

— Não é para agora, é uma viajem para daqui um tempo, um acampamento na verdade, mas não posso dizer muita coisa ainda, apenas que vai ter uma vacinação, o importante agora é se importar com a prova surpresa de álgebra que vai acontecer no final da próxima semana. 

Percebi que o garoto havia falado coisa demais, como o de costume, quando ele mencionou a prova, o que me fez arregalar os olhos mais do que poderia e ele tentou arrumar a sentença sem êxito nenhum. 

Sai da farmácia com uma cartela de remédios na minha mão, agradecendo mentalmente a boca grande de Jeremy e pensando em como eu iria fazer uma prova que eu não havia entendido nada, mas foi apenas quando eu cheguei no apartamento vazio, a qual nem minha mãe e nem meu pai haviam aparecido na noite anterior, que eu percebi que eu poderia pedir ajuda ao Dylan e ao mesmo tempo conseguir ganhar a aposta, afinal, o apartamento ficava vazio durante a tarde de terça, e era o dia a qual saíamos mais cedo. 

Era um plano perfeito. 

• 

Eram passadas das três horas da tarde do sábado quando eu escutei a porta da frente do apartamento sendo aberta, eu queria permanecer sentada na minha cama como estava antes mas minha curiosidade falava mais alto. Eu sabia quem era, mas queria saber o estado que tinha chegado, se estava sozinho ou não e principalmente, o que diria para mim. Queria bater de frente e pedir o por que estavam fazendo isso, mas não fiz. 

Apenas levantei de onde estava seguindo em direção ao pequeno corredor, espiando meio que pelo escuro, enquanto meu pai chegava tropeçando nas próprias pernas. Naquele momento eu senti desgosto e invejei os outros pais, aqueles presentes que davam atenção para os filhos e que acordavam de manha dizendo 'bom dia' com um sorriso no rosto enquanto faziam ovos ou panquecas, e tentei me lembrar a última vez que viajamos juntos ou que fizemos uma programação em família, mas tudo o que me vinha a cabeça era memórias tão antigas que eu tive vontade de chorar. Como haviam chegado a essa ponto? 

Éramos uma família, mas era como se não fôssemos, cada um vivendo a sua vida separado. 

Naquele momento também desejei que minha irmã mais velha ainda morasse junto no apartamento, para poder sentir algum conforto, sentir que era amada. Lembrei da pergunta do Aaron no bar, sobre meus pais e o divórcio, e desejei também que isso acontecesse logo, mas logo pensei o que tanto ele poderia saber, sobre a minha família, sobre os meus pais, será que mais pessoas da escola também sabiam de alguma coisa? 

Eu sempre tentei demonstrar que estava bem em todos os momentos, sempre odiei contar certas coisas que estavam acontecendo ou mostrar fraqueza, não queria que os outros sentissem pena ou dó de mim, não queria que essa fosse a imagem que todos tivessem quando olhassem para Lauren Gomez. Eu não queria. Eu não podia.

Dei alguns passos para trás para ir em direção ao meu quarto novamente, onde eu iria esperar meu pai acabar caindo no sofá para dormir a tarde inteira, para então poder sair pela porta da frente em direção à casa de Ocean. Precisava sair daquele lugar antes que ele me sufocasse junto. 

Quando ouvi ele apagar chamei um uber e sai do apartamento logo em seguida, com a minha bolsa pendurada em meus ombros e fiz o meu quarto ou quinto desejo do dia, desejei ter um carro. Eu já sabia dirigir e poderia usar o carro dos meus pais quando eles não estivessem usando, e sim, eu poderia ter pegado a chave e ir dirigindo com o carro do meu pai até a casa de Ocean, mas não queria entrar em um carro cheirando a álcool e outras coisas, precisava preservar a minha saúde psicológica. 

Eu também sabia que muitas coisas que eu pensava eram grandes utopias. Nenhuma família é perfeita, mas a minha naquele estado era considerado uma família pelo menos? 

O uber chegou em poucos minutos e eu fiz questão de abrir um sorriso e fingir que nada aquilo tinha acontecido. Eu iria chegar na casa de Ocean e contar sobre a viajem que Jeremy havia mencionado, iria sorrir, rir, e me divertir com minhas melhores amigas. Eu precisava preservar a minha saúde psicológica. 


8

O sinal para o segundo tempo tocou avisando para todos os alunos saíssem da sala que estavam para irem para a segunda aula do dia, o que me fez sair correndo pelos corredores sem nem me preocupar com trocar ou pegar os próximos materiais pelo simples fator que eu precisava de toda maneira encontrar Dylan, o que por sorte consegui chegar no seu armário antes mesmo dele mesmo. 

— Oi — pronunciei com um sorriso enquanto o garoto se aproximava do próximo armário um pouco curioso do que eu poderia estar fazendo ali — Tem um tempinho? 

— C-Claro — ele se enrolou um pouco nas palavras antes de me seguir deixando os seus amigos para trás. 

— Você é bom em álgebra, não é? — eu perguntei e ele logo assente com a cabeça falando que a matéria não era tão difícil quanto parecia o que me faz de imediato abrir um grande sorriso antes de continuar — Você poderia me ajudar terça depois da aula?

Ele continuou me olhando por um tempo até finalmente disse que poderia me ajudar na terça mas que ele precisava avisar os seus pais antes. Peguei o caderno de suas mãos tirando a caneta da espiral para poder escrever meu endereço e meu número de celular na última página assinando com o nome 'Lua' com o desenho de uma pequena lua minguante do lado acompanhada de um coração mal feito pela pressa. 

— Na sua casa então? — Ele perguntou ainda olhando o endereço em suas mãos. 

— Quer saber, você não precisa de endereço, vamos juntos, eu quase sempre vou e volto a pé mesmo — Dei de ombros dando um pequeno beijo em sua bochecha — Me encontra aqui no final da aula. 

Então eu finalmente segui em direção a segunda aula do dia com um grande sorriso no rosto a qual ninguém poderia ver pois eu já estava de costas. Aquilo foi tudo planejado para apenas dar meu número e endereço para o garoto, é claro que a iríamos ir juntos para a minha casa, mas era uma boa desculpa para ele ter o meu número, endereço e nome estampado nas últimas páginas do seu caderno. 

E pouco mais que vinte quatro horas depois eu estava novamente encostada nos armários de Dylan com um pirulito nas minhas mãos já entediada pela demora do garoto. Olhei para os lados do corredor vazio até avista-lo correndo na minha direção, meio desajeito mas com muita pressa, chegando na minha frente já sem fôlego. 

— Desculpa, fiquei preso na minha última aula! — ele tentou recuperar seu fôlego enquanto apertava alguns cadernos em seu peito. 

— Quase achei que ia me dar um bolo! 

Ele apenas negou com cabeça algumas vezes antes de irmos em direção ao seu famoso jipe que estava estacionado praticamente sozinho no estacionamento. Sentei no banco do passageiro arrumando minha saia pregueada no momento que sentei no banco e em poucos minutos estávamos na entrada do apartamento. 

— Bem vindo a minha humilde residência! — pronunciei com um sorriso abrindo a porta da frente revelando uma sala um tanto que grande com um sofá reto no meio do cômodo enquanto o restante ficava em tons claros, além uma vista gigante por causa da janela de vidro que ia do chão ao teto percorrendo grande parte da sala. 

Fechei a porta perguntando se ele queria comer alguma coisa, mais por educação do que por outra coisa, ja que a ultima coisa que eu queria pensar naquele momento era comida, e por sorte ele recusou o convite e seguimos em direção ao meu quarto onde expliquei que seria ali que iríamos estudar. 

— Pode sentar nessa cadeira, vou pegar outra na cozinha, preciso pegar meu material também! - o deixei sozinho no meu quarto com um pequeno sorriso enquanto saia andando em direção à cozinha. 

Não iria pegar nenhuma cadeira ou material, mas precisava de uns segundos para raciocinar tudo o que iria acontecer e o que precisava acontecer. Respirei fundo contando até dez mentalmente , aquilo nunca tinha acontecido, talvez estivesse nervosa pelo fato que poderia dar muito errado. 

Peguei rapidamente uma dose de whisky da segunda prateleira servindo um pouco em um copo antes de voltar para o meu quarto. Que se foda. 


— Você quer ir lá em casa estudar? Poderíamos ver física, química e biologia! — Falei baixinho lembrando de uma cantada a qual eu acabei misturando e logo pude perceber a tensão do garoto sentado na cadeira com a sua mochila em suas mãos enquanto eu o encarava da porta do meu quarto tirando meus sapatos com apenas dois pequenos movimentos. 

— Você não disse que íamos estudar? Mas cadê os livros? — sua voz saiu um pouco nervosa enquanto eu caminhava até ele depois de ter apagado a luz do quarto sem nada nas minhas mãos, e percebi que ele só queria falar alguma coisa para ocupar o tempo, pois no final ele sabia o que estava prestes a acontecer. 

Não respondi a sua pergunta, como também não falei nada e apenas sentei no seu colo de frente para o mesmo depois de tirar a sua mochila, passando uma perna de cada lado. Olhei para o seus olhos a qual ele desviou no mesmo momento e eu dei uma pequena risada mordendo a parte inferior dos lábios.

— Calma, Dylan! — pronunciei enquanto ia devagar mais perto do garoto sentando da sua coxa para em cima do seu membro começando a rebolar devagar em cima do mesmo. 

Peguei o rosto do garoto levemente com as minhas mãos fazendo ele olhar para mim, senti a sua respiração acelerada e fiz questão de aproveitar o momento para me aproximar cada vez mais até chegar perto o suficiente para começar um beijo, abrindo caminho pela sua boca com a minha língua onde eu realmente me surpreendi pelo fato dele beijar super bem. 

Soltei o seu rosto sem parar o beijo pegando as suas mãos que estavam soltas até o momento as puxando para debaixo da minha saia, posicionando em minha bunda onde o mesmo apertou quando eu comecei a rebolar com mais intensidade e nossas bocas se soltaram por um momento. 

— Isso vai ficar só entre quatro paredes, não tem ninguém em casa e você já sabe disso, agora me mostre o que é capaz — disse no seu ouvido passando minhas mãos ao redor do seu pescoço já sentindo o seu membro rígido mesmo que dentro da sua calça. 

— Se segure! — Ele disse baixinho o que me trazer a minha cabeça um pouco para trás. 

Dylan passou as mãos da minha bunda para a parte de baixo da minha coxa levantando-se comigo em seu colo e em poucos passos me jogando na cama com ele em cima de mim. Eu realmente não esperava aquilo. 

— Wow — Pronunciei sem pensar e percebi que ele estava me encarando. Eu não poderia perder o momento, eu tinha despertado isso no garoto, eu não poderia perder o que eu havia começado. — Você sabe o que fazer, só faça — Empurrei levemente os seus ombros, o que lhe fez descer pelo meu corpo até chegar a baixo de meu quadril terminando de levantar minha saia. 

Senti seus dedos percorrer do meu joelho até chegar a minha calcinha e foi nessa hora que eu percebi que estava realmente acontecendo e que eu iria ganhar aquela aposta idiota, mas foi quando Dylan O'Brien tirou minha calcinha passando seus dedos pelo meu íntimo em movimento antes de penetrar um dedo e depois adicionando mais dois retirando e colocando novamente para apenas aí colocar sua língua com movimentos circulares subindo para o clítoris, onde a sua língua quente me enchia de prazer, e foi aí que eu percebi que o nerd a qual tanto julgávamos não era assim tão santo quanto imaginávamos, quando involuntariamente soltei um suspiro. 

O garoto parou o que estava fazendo para subir novamente até chegar ao meu rosto onde nos beijamos e eu pude sentir minha intimidade pulsando de desejo. O empurrei para o lado fazendo o cair de costas no outro lado da cama de casal subindo em cima do mesmo que me olhava meio perplexo, tirei sua blusa e fui descendo seu abdômen com beijos até chegar na sua calça a qual abri os botões e o zíper a puxando para baixo com um puxão revelando uma cueca box preta e toda a sua ereção.

Me levantei em um estalo puxando o garoto para ficar sentado. Comecei a tirar minha blusa quase que em cima dele e ele me puxou pela cintura para ficar ainda mais perto enquanto se levantava e começava a beijar meu pescoço dando pequenos chupões o que me deixava cada vez mais excitada, ele foi descendo pela clavícula e suas mãos descem pelo meu quadril chegando novamente para debaixo da minha saia onde ele recomeça os movimentos de antes e posso sentir ficando molhada enquanto ele aumenta a ferocidade de seus dedos. 

— Deu de enrolação! — falei já não aguentando mais, cheia de tesão jogando Dylan novamente sentado na cama tirando de entre meu peito direito e o sutiã uma camisinha, logo as jogando para o garoto enquanto tirava do sutiã esquerdo meu celular o segurando fortemente na mão até finalmente abrir o feixe do sutiã o jogando pra longe.  

Sentei pela segunda vez no colo de Dylan mas dessa vez sem nada para nos separar e logo comecei a sentir seu membro dentro de mim, sentindo cada centímetro dele enquanto me movimento para cima e para baixo, onde ele coloca a mão na minha cintura para ajudar no movimento, passei meus braços ao redor de seu pescoço ainda com o celular na minha mão e com um movimento rápido aproveitando o espelho que esta quase que na minha frente tirei uma foto para caso precise provar da aposta mas logo joguei o celular longe na cama quando Dylan começou a aumentar o ritmo o que começou a me deixar louca me fazendo gemer enquanto minhas pernas fraquejavam. Passo as mãos pelos seus cabelos o escutando suspirar algumas vezes.

E com apenas um movimento ele troca de posição onde eu fiquei deitada enquanto o garoto penetrava sem dó me fazendo apertar meus seios duros por prazer, enquanto tentava controlar a minha respiração sem sucesso sentindo um orgasmo vindo o que me fez arquear as costas não conseguindo mais controlar nenhuma parte do meu corpo, até ele finalmente se deitar do meu lado ofegante. 

Eu havia transado com Dylan O'Brien, um dos maiores nerds da escola.

9

Pepper Girls
Berverly Hills, Mais que verão, summer , Ocean (não mar) and you


You: desafio completo

Mais que verão, Summer: pera aí , o que ? 

You: o Dylan veio aqui em casa hoje , e enfim kk, o resto vocês já sabem 

Mais que verão, Summer: SAFADAAAA

Beverly Hills: pqp, eu só paguei um boquete pro aaron e tu já conseguiu transar com ele

You: tirei até uma foto ....

Ocean (não mar): você tá zoando né ? 

Beverly Hills: cara , isso é loucura kkk

You: era só pra que caso precise de uma prova.. não vou espalhar a foto ..

You: além de que não aparece nada.

Beverly Hills: só cuidado 

Mais que verão, Summer: Vocês estão é muito melhores que eu, o fdp diz que é apaixonado por mim desde o 1, mas fica dando um monte de desculpa na hora, Sabia que não deveria ter trocado nessa porra

Ocean (não mar): parem de reclamar, o Shawn fugiu de mim hoje

Beverly Hills: o aaron ta mais ou menos

 Beverly Hills: o desgraçado tem vontade mas não assume mano

You: vai na FÉ que da certo.

You: sabe , literalmente na fé , entenderam ? Kkk

Mais que verão, Summer: Mds viu, Lua, Sua piada foi tão boa que me deu câncer

Beverly Hills: nossa, depois dessa deu vontade de me matar

 Beverly Hills: beninas, o aaron me chamou pra festa de aniversário do pai dele, e ele disse que eu posso levar vocês 

 Beverly Hills: querem?

Ocean (não mar): eu posso pegar o Mendes lá?

Beverly Hills: lógico, é só dar fuga nos convidados 

Beverly Hills: se joga, mona

Beverly Hills: vou tentar algo com o aaron também

You: sei não , sinto que o Aaron e a família dele me odeiam

 Beverly Hills: que nada, ele não é doido

Beverly Hills: se ele te odiasse eu já teria matado ele

You: que amorzinho você <3  porém vou pensar 

Mais que verão, Summer: Tu tá é ficando doida né Beverly, mas eu não vou mesmo

Beverly Hills: ué , mas por que ? Vamosss vai ser legal

Mais que verão, Summer: Porque vocês esqueceram que a tia dele é a minha psicóloga krl, Ele já tinha me visto no hospital hoje sem querer, qualquer deslize meu de novo aqueles nerds ficam sabendo de mim e dos meus problemas

Mais que verão, Summer: Ai vai sobrar para vocês levar a porrada viu, suas kengas

Beverly Hills: mas que agressividade 

Beverly Hills: seu boy vai estar lá

Mais que verão, Summer: Tá bommmm, Beverly

 Mais que verão, Summer: Mas esse desgraçado também é muito chato, posso criticar nada dele, porque ele é muito amorzinho, Aff... Vsf tbm

Ocean (não mar): mas voltando o assunto. 

Ocean (não mar): Lua , você vai contar para os meninos que comprou a aposta ? 

You: Não sei , o que vocês acham ? 

Mais que verão, Summer: Por mim eu falaria porque eu queria ver eles engolirem o próprio veneno

Mais que verão, Summer: Porém, sejamos espertas né beninas, não falaremos nada por agora até tudo estar finalizado

Beverly Hills: quando todas vencerem, a gente esfrega na cara deles

You: O que eu mais quero é esfregar na cara deles , kkk , mas concordo com vocês 

Ocean (não mar): to junto

10

A aula tinha acabado e todas as minhas amigas já tinham ido em embora, o que me deixava sozinha em um colégio praticamente vazio, onde as únicas pessoas presentes eram alunos que praticavam atividades extracurriculares, os rebeldes que estavam na detenção, os que ficavam vadiando pela escola e por final e não menos importante, os que ficavam para estudar mais um pouco. 

Impressionantemente eu me encaixava na última opção da lista já que estava completamente apavorada por causa da prova de álgebra na sexta, a qual a ideia era estudar com o Dylan para depois ir para o passo dois e tentar transar com o garoto, mas a qual eu me antecipei, colocando a segunda fase antes da primeira o que me levou a ter um surto um dia depois quando percebi que tinha menos de quarenta e oito horas para a prova, onde eu infelizmente precisava tirar uma nota muito boa e que eu não tinha entendido nada da matéria. 

Naquele momento resolvi seguir a minha intuição e ir em direção à biblioteca, ao invés de ir para casa, onde eu provavelmente iria me distrair. Mas ao contrário do que muitas pessoas pensavam, eu adorava as bibliotecas, não que bibliotecas de escolas especificamente fossem as melhores, mas com uma boa olhadinha você acha o livro perfeito para a sua leitura de final de semana, além de ser um lugar calmo e agradável, menos em dias de chuva forte, afinal, o local tinha um material a qual fazia um barulhão quando os pingos de chuva batiam no mesmo. 

Entrei na biblioteca pensando se deveria ir atrás de algum livro em específico ou de uma vídeo aula, mas acabo dando de cara com Dylan sentado em uma mesa, a qual a partir do momento que notou minha presença fingiu que nada tinha acontecido, se abaixando ainda mais em meio a um dos seus livros. 

Ele estava me evitando de certeza. 

— E aí? — pronunciei baixinho enquanto sentava do seu lado. 

O garoto abaixou olhando para mim logo em seguida e pude notar o seu rosto ficar um pouco vermelho. 

— Bem, é .. Quer dizer.. Oi — ele se enrolou nas palavras tentando afastar qualquer contado visual — Eu só queria dizer.. Bem.. Ontem.

— Eu acabei me empolgando, desculpa! — joguei as palavras no ar colocando uma de minhas mãos em cima da dele 

—  Eu também acabei ficando um pouco fora de mim, não quero que você pense...

— Ei, Dylan! — O interrompi trazendo a sua atenção para mim novamente — Eu não me arrependo, queria fazer aquilo com você faz tempo — dei um sorrisinho trazendo minha mão de volta ao meu colo — Talvez tenha me empolgado um pouco, mas deixa eu te contar um segredo, as melhores coisas são assim, principalmente essas! Apenas deixe acontecer, mas no final você se arrepende mais pelo o que deixou do que o que você fez, se permita viver e sentir .

Me levantei percebendo o garoto ficar vermelho novamente e fui atrás de um livro de álgebra a qual por um segundo eu tinha esquecido o motivo de ter entrado naquela biblioteca, eu só queria saber mais sobre o garoto que estava na minha frente a segundos atrás. 

Percebi os seus olhos castanhos vindo na minha direção e abri um sorriso ainda passando os meus olhos pelas lombadas dos livros procurando aquele que iria ser minha salvação. 

A postura do meu corpo, o jeito, a jogada de cabelo para o lado mostrando um pedaço do meu pescoço, o fingimento de desinteresse, tudo isso feito de uma forma involuntária me fez perceber que eu estava jogando o meu jogo de sedução com um nerd que era para ser apenas uma aposta. Minha cabeça dizia peça ajuda da matéria e vá embora, você não precisa mais dele, mas por que meu corpo dizia outra coisa? 

Balancei a cabeça em negativa arrumando minha postura e voltando para a mesa. Deu. Chega. 

— Dylan, pode me ajudar em álgebra? — perguntei quase dando um tapa na minha testa por não ter pegado um livro de álgebra antes, afinal, eu estava na frente deles parada até antes. 

— Achei que a "álgebra" não existisse — ele fez as aspas no ar indicando que aquilo tinha sido uma linda e grande desculpa para chamar ele para ir para a minha cama, o que no caso também foi. 

Neguei com a cabeça com os olhos arregalados. 

— Realmente existe álgebra, e uma prova pra sexta! — fiz questão de mencionar a prova o mais baixo o possível para não arranjar nenhuma encrenca para o lado de Jeremy que iria ferrar com a minha vida se soubesse que eu tinha espalhado a informação que sua boca grande fez questão de mencionar. 

— Não dá dessa vez, Lauren — ele disse fechando o seu livro enquanto se levantava rapidamente. 

— Por favor, Dylan! Pode ser aqui mesmo. 

— Eu tenho coisas para fazer, já combinei com os meninos! 

— Dylan ! — fiz questão de puxar bem o seu nome fazendo uma carinha triste implorando — O que você tem para fazer de tão importante?

— Você não entenderia! 

— Tenta! 

Ele suspirou percebendo que havia perdido a discussão, o que me fez abrir um sorriso no rosto vitoriosa, ou quase. Mas só o fato dele voltar alguns passos já me animava. 

— Vamos jogar video game! Combinamos faz tempo de tentar passar aquela fase — ele mencionou abaixando o seu olhar até a altura da mesa.

Parei por um instante arqueando os olhos. 

— Achei que você iria enlouquecer e querer estudar só pelo fato de eu falar da prova surpresa de álgebra. 

— Minha vida não é só estudar, Lauren ! E além de que estou praticamente passado nessa matéria e sei ela de cor! — Ele deu um sorrisinho me passando uma confiança que eu só havia sentido na noite anterior — Agora eu realmente preciso ir ! 

Me levantei em um instante seguindo ele até o lado de fora. 

— O que você vai jogar? — falei alto o que o fez virar imediatamente para mim.

— God of war quatro 

— Já zerei esse jogo — disse com um sorriso colocando uma parte do meu cabelo atrás da orelha — Por que não fazemos assim, você me ajuda em álgebra e eu ajudo a você em God of war?

Ele ficou me encarando por tempo o suficiente para desfazer o meu sorriso é reformular uma nova sentença. 

— Não acha uma boa proposta? 

— Eu não acho que é verdade! — ele deu de ombros — Bem, não é muito a sua cara. 

— Aí que você está muito enganado meu amigo! Jogo videogame desde que me conheço por gente, não sei se você percebeu mas embaixo da minha televisão tem o PlayStation três e quatro, e dentro de uma gaveta eu guardo todos os jogos, ah e falando nisso você viu que the last of us dois é para ser lançado em fevereiro de 2020? — parei por um segundo quando percebi a cara que o garoto estava fazendo para mim — pera ai, que estereotipo você colocou em mim, Dylan? 

Ele apenas permaneceu imóvel sem falar uma palavra quando percebeu aonde tinha se enfiando sem querer. A verdade que apesar da sua quedinha considerável ele ainda achava que as garotas populares do colégio não passavam de garotas fúteis que só pensavam em sair, beber, beijar, transar e badernar. 

Acirrei meus olhos cruzando meus braços apenas esperando na resposta que ele podia dar. 

— Nem vem me culpar, você até antes pensava que eu só queria estudar! — ele levantou as mãos em rendição. 

No fundo era aquilo mesmo, afinal, criamos certos padrões para as pessoas por simples coisas que faz ou diz, criando um roteiro mentalmente do que a pessoa deve fazer, gostar, e até mesmo sua rotina, o que normalmente no último instante só nos mostra como estamos errados, mesmo vivenciando isso com nós mesmos, é inevitável fazer com os outros.

— Eu aceito ! 

Voltei a encarar o rosto do garoto meio perdida no que ele tinha falado. 

— A ir jogar God of war e eu te ajudar em álgebra! 

— Ah —pronunciei longamente concordando com cabeça, quase que dando outro tapa imaginário na minha testa, mas dessa vez pela lentidão pelo simples fato que minha cabeça tinha ido para longe — Quer que eu pegue algum livro na biblioteca ou ? 

— Não precisa, agora vamos, já estou atrasado — ele abriu um pequeno sorriso sem mostrar os dentes e eu o segui pelos corredores. 

O clima estava gostoso, nem tão frio e nem tão quente, o que me fez amarrar minha jaqueta azul de malha na cintura entrando pela segunda fez no jipe de Dylan.

11

A campainha foi tocada e eu arrumei mais uma vez meu cabelo atrás da orelha tirando logo em seguida. Um tique que estava começando a me irritar extremamente. Eu estava nervosa pelo simples fato que apesar de só ter conversado com o Dylan e com o Aaron, não queria achar o segundo garoto ali, pois apesar de Beverly dizer que não, eu sabia que ele tinha uma aversão a mim, mas a minha felicidade veio quando vi apenas Manu abrindo a porta da frente. 

— Hey, cara demorou — ele disse parando a frase no meio quando percebeu a minha presença, contraindo toda a sua musculatura — ahn, oi !? 

— Oi, Manu! — pronunciei com um pequeno sorriso — sou a salvação de vocês hoje! 

Ele continuou me encarando por um momento ainda sem entender muita coisa e passou o seu olhar para o Dylan que explicou que segundo eu, já havia acabado o jogo e que iria ajudá-los naquela fase e ele iria me ajudar em álgebra, mas ele apenas me encarou depois de todo o discurso do amigo sem acreditar muito em toda aquela conversa. 

— Tudo verdade 

— Ah vocês estão aí! — disse sentando no chão me apoiando na cama ao lado de Shawn que me encarava com os olhos arregalados sem entender muita coisa — demorei um século para passar essa parte também. 

— Então você ja jogou? — perguntou Shawn mais olhando para os seus amigos do que para mim. 

— Pelo o que ela disse — Manu deu de ombros sentando na cama acompanhando de Dylan que resolveu sentar ao meu lado no chão. 

O garoto com o controle fez mais alguns movimentos tentando passar aquela fase onde mais parece ser complicada do que realmente é.

— Alinha tudo e joga o machado

Ele me olhou ainda desconfiado com toda a situação mas tentou fazer o que eu havia instruído mas de um forma errado o que não obteve sucesso nenhum. 

— Não assim.. Vai .. Ahn , pro outro lado — tentei explicar mais uma vez mas parecia que eu não achava as palavras certas e deu errado novamente — naquele coisinho... Não ..  Ah, quer saber, me dá aqui o controle. 

O garoto me alcançou o que eu havia pedido e com pequenos e ágeis movimentos trouxe o personagem principal para o lado e para trás, centralizei a câmera onde precisava, aliando todos. L2 e logo depois R1 e o machado é lançado cortando todos ao meio e assim desbloqueando a próxima parte a qual eu continue jogando por empolgação até perceber que todos estavam me encarando.

— Desculpa, gente ! — devolvi o controle para o garoto que continuou o jogo de onde eu tinha parado. 

— Não acredito que era só isso! — pronunciou Dylan ao meu lado concentrado na tela da televisão. 

— Nem me fale — Manu disse atrás de nós — até se quiser continuar jogando o Shawn devolve o controle para você. 

Dei uma risada negando com cabeça. 

— Querer eu queria, mas preciso de ajuda em álgebra nesse momento, depois que acabar os estudos podemos voltar para a diversão — disse com uma piscadinha me levantando logo em seguida olhando para Dylan que levantou em um pulo. 

Pegamos emprestado o material de Manu e seguimos para a cozinha onde não havia ninguém e tinha uma mesa retangular de vidro de seis lugares. Sentei em uma das mesas com Dylan ao meu lado começando a abrir o material. 

— Você jogo muito bem! — seus dedos percorriam as folhas procurando a matéria certa em todo o material. 

— Que isso, nem sei se aquilo pode ser chamado de jogo, só ajudei vocês ! Mas obrigada do mesmo jeito! — sorri pela milésima vez no dia e percebi um nervosismo dentro de mim que fazia um tempo que eu não sentia. 

— Se você tiver tempo, poderíamos jogar alguma outra coisa depois! — ele disse sem me olhar tentando manter suas mãos ocupadas. 

— Seria ótimo! 

E em poucos segundos ele começou a me explicar a matéria desde o princípio, fazendo questão que eu entendesse tudo, com direito a piadinhas como me obrigar a fazer questões sem consulta para ver se eu havia aprendido realmente, o que no final nós dois não havíamos visto o tempo tempo passar e eu havia aprendido muito mais em uma hora do que em todas as aulas na escola. 

O que nos fez perceber que precisávamos sair daquela cozinha foi quando a mãe de Manu chegou quando eu estava me matando de rir por causa de alguma conversa aleatória que estávamos tendo. 

— Olá, Dylan! Como está? E você, querida, como se chama? — disse a senhora com seus quarenta anos bem conservada, a qual os únicos pontos que indicavam a sua idade era algumas pequenas marcas no rosto que depois de um tempo ninguém consegue fugir. 

— Boa tarde, senhora Rios! — disse Dylan fazendo questão em me apresentar logo em seguida — Essa é Lauren Gomez, uma.. amiga! 

— Prazer em conhecê-la, Lauren! Sou mãe do Manu, bem vinda a nossa casa — A mulher deixou a sua bolsa na bancada da cozinha me olhando com um sorriso. 

— Muito obrigada, o prazer é todo meu! 

— Não querendo ser a chata, mas pensei em fazer alguma coisa para você e os meninos comerem, e pelo o que eu vejo vocês dois estão estudando e acho que vou acabar atrapalhando! 

— Não se preocupe, senhora Rios, já acabamos! — falei rapidamente me levantando da cadeira e começando a guardar o material do garoto. 

Subimos novamente até o quarto de Manu onde escutamos através da porta o barulho de motores o que me levou a crer que ambos haviam trocado de jogo, a qual se mostrou como verdade quando abrimos a porta revelando os dois garotos sentados no chão cada um com um controle competindo em uma corrida onde Shawn estava a uma posição a mais que Manu, até que ele fosse ultrapassado por acabar explodindo o próprio carro por ter usado nitro demais. 

— Ah, merda! 

Eu e Dylan nos olhamos com uma risadinha enquanto Manu comemorava por estar à frente. A minha ideia era terminar de estudar e ir para casa, mas algo no meio dos três me fazia me sentir em casa, e foi por essa razão que ao invés de me despedir e ir me encontrar com as garotas, deixei meu celular no silencioso esquecendo as inúmeras mensagens enquanto me jogava na cama do garoto, me deitando de barriga para baixo visualizando aquela partida a qual faltava uma volta para o fim da pista. 

— Isso aí! Ganhei! — Disse Shawn finalmente ultrapassando Manu nos últimos instantes. 

— Minha vez— peguei o controle de Manu que encarava Shawn com um olhar mortal — Joga comigo, Dylan! 

O garoto concordou pegando o outro controle. Troquei de carro para uma moto e trocamos de pista e logo apareceu na tela a contagem de três segundos, barulho dos motores e finalmente estávamos correndo. Ultrapassagens, saltos, táticas, é no final eu acabo ganhando a corrida. 

— Eu disse que eu ganhava! Devia ter apostado algo! — Disse com euforia rindo de toda a situação, mas no final me divertindo muito até a palavra "aposta" bater na minha cabeça novamente e eu me lembrar que tudo aquilo não se passava realmente de uma aposta, o que me fez passar da euforia para algo totalmente ao contrario, mas tentei me livrar daquilo o mais rápido o possível, afinal, não queria que nenhum deles descobrissem — Quem vai jogar agora?

E assim passei o final da minha tarde de quarta feira, jogando videogame com um grupo de pessoas que eu nunca tinha pensado em ao menos trocar uma palavra. Jogamos corrida, luta, uns cinco minutos de um de futebol que eu insisti em trocar por não saber nada sobre futebol, e quando estávamos a mais de dez minutos tentando passar uma fase de estratégia de um jogo que eu havia esquecido o nome, a mãe de Manu entra no quarto avisando que era para a gente descer comer pois estávamos a muito tempo ali em cima.

Conversamos, comemos e nos acabamos de rir com coisas simples, até que meus olhos passaram para o relógio da cozinha mostrando que se passava das dez horas da noite. 

— Gente, já é dez horas! — falei em um tom mais alto que os garotos o que fez os três passarem a sua atenção para mim. 

— Meu deus, preciso ir para casa! — pronunciou Dylan se levantando rapidamente da cadeira e indo em minha direção — Precisamos ir, Lua! 

Olhei para os dois garotos que ainda estavam sentados na mesa me despedindo de ambos a qual o Dylan fez a mesma coisa mas que eu tive que voltando correndo logo após ter chegado no carro para poder pegar o meu casaco que havia deixado em cima de uma cadeira, mas a tempo de ouvir um pedaço do começo da conversa, onde Manu dizia que nunca esperava que eu fosse assim e achava que eu era superficial, enquanto Shawn contava que tinha beijado a Ocean e que estava achando muito estranho toda a situação com nós quatro, mas bem nesse momento resolvi interromper a cena fingindo que não havia escutado nada para pegar o meu casaco. 

Passei o caminho inteiro até a minha casa com o meu coração a mil, eles não poderiam descobrir nada ou senão tudo iria por água a baixo. Tentei permanecer normal, mas a probalidade de não ter conseguido era muita pois ao chegar na frente do prédio que eu morava Dylan colocou sua mão sobre a minha me perguntando se estava tudo bem. 

— Está sim, só estou cansada! Obrigada por hoje! — dei um beijo em sua bochecha e sai às pressas para a entrada do prédio. 

Talvez eu tivesse agido por impulso, mas meu coração estava batendo forte com todas as situações que poderiam dar errado que deixei toda aquela ultima cena para trás indo direto para debaixo do chuveiro.

12

Se eu pudesse escolher o que fazer, eu provavelmente escolheria a opção de passar o dia inteiro deitada na minha cama fazendo nada, mas muitas vezes somos responsáveis a cumprir certas promessas que fazem nossa questão de liberdade de escolha parecer apenas uma palavra em meio de meras outras. 

Minha semana terminou com uma prova complicada a qual eu esperava e achava que tinha conseguido uma nota bota, mas além disso nada de muito emocionante aconteceu, a não ser pelo fato de estar sentada na minha cama de pijama no meio da tarde quando meu celular começou a encher de mensagens de minhas amigas sobre o aniversário do pastor, a qual eu tinha esquecido completamente. Tentei convencê-las dizendo que não iria ir pois não tinha presente como também não tinha nada para me vestir, mas as três eram inteiramente teimosas e ficaram alguns minutos me convencendo que eu deveria ir e que já havia prometido. 

Após guardar o celular fui direto para um banho quente o que me deixou pensando nas duas questões que foram criadas para uma desculpa para não ir mas que continuavam sendo meu problema, afinal, eu não tinha nenhuma saia abaixo do joelho, ou nada que eu considerasse mega adequado a ocasião, o que me levou a vestir o mais básico uns vinte minutos depois, sendo ele uma calça jeans, uma sapatilha preta e uma blusa com as mangas caídas e azuis. 

Bervely chegou na frente prédio no horário exato que havíamos combinado e eu estava segurando um dos vasos de decoração da minha mãe a qual estava escondido em um canto da casa pelo simples motivo que nem ela e nem meu pai gostavam da peça mas tinham certo dó de jogar fora, por uma razão que eu ainda não descobri e que no fundo nem mesmo eles sabem, mas eu precisava de um presente para o pastor e ele tinha uma casa, e aquilo era um vaso a qual poderia muito bem servir para decorar a sua casa.

Sentei ao lado de Ocean que olhou para mim e para o vaso apoiado no meu colo. 

— O que é isso, Lauren? – A morena me perguntou com as sobrancelhas arqueadas. 

— Um presente para o pastor! — Dei um sorriso balançando a cabeça levemente para cima e para baixo. 

— Não tá nem embalado! 

Olhei para o seu pacote de presente que estava no seu colo pegando rapidamente o grande laço grudado na frente do pacote e colocando em um canto do meu vaso.

— Prontinho — dei mais duas pequenas apertadas para não desgrudar. 

— Ótima embalagem, Lua! — disse Summer com ironia enquanto acompanhava toda a situação pelo espelho retrovisor do meio do carro. 

Minutos depois estávamos em uma casa de tamanho mediano com diversas pessoas desconhecidas de um lado para o outro conversando animadamente mas sem extravagância, mas nada que pudesse dar ânimo aquilo tudo, estava no puro tédio. 

— Estou impressionada, achei que a bebida da festa fosse água benta — pronunciei ironicamente quebrando o silêncio entre nós quatro mas felizmente contente por meu vaso já ter sido colado em algum lugar aparente da casa. 

Percebi Beverly quase se engasgar com o suco de uva enquanto Summer dava um sermão sobre não cuspir nada nela, nervosa pelo fato que sua psicóloga estava na festa. 

— Todo mundo tá achando que a Beverly é santa — Ocean entrou aleatoriamente na conversa com uma crise de riso, a qual a garota mencionada rebateu a frase quase pronunciando um palavrão até vozes masculinas entrarem na nossa rodinha. 

— Oi, Lua ! — Dylan disse quase ao meu lado com um sorriso logo após cumprimentar as garotas. 

— Eai, a gente podia marcar outra noite de jogos qualquer dias desses! — Manu e Shawn se aproximam de mim com um sorriso no rosto o que me fez rir da situação enquanto concordava com ambos.

— O que eu perdi? —Aaron franziu o cenho olhando para o seus amigos, estranhando aquela atitude —Por quanto tempo eu dormi? 

— A gente só fez uma noite de jogos na casa do Manu esses dias, no dia que você teve culto! — Dylan explicou para o garoto a qual eu apenas concordei indo ao seu lado observando Aaron ainda não acreditando em toda aquela situação, até Beverly pedir se poderia conversar com ele a sós o que me fez abrir um sorriso malicioso no mesmo momento sabendo as suas intenções. 

Olhei para a rodinha agora com seis pessoas onde o silêncio pairava e quando passei meu olhar para Dylan ele estava olhando para mim enquanto sorria. 

— Quer vir comigo pegar um suco de uva? — Ele disse estendendo uma de suas mãos a qual eu aceitei segundos após o pedido. 

— Mas é claro! — passei o meu olhar para as meninas que davam pequenos risinhos enquanto ele me levava pela mão até outro cômodo da casa. 

A sala de jantar estava localizada ao lado da sala de estar, e era um pouco menor, mas os donos da casa fizeram um bom trabalho arrastando a mesa retangular de vidro um pouco para o lado, sendo usada para distribuir bebidas e comidas enquanto adultos aproveitavam a festa.

— Não conheço ninguém aqui — sussurrei colocando um pouco de suco em um dos copos de vidro. 

Dylan riu imitando o meu ato logo em seguida. 

— Vou te contar que nem eu, só os pais do Aaron, e ah, aquele casalzinho ali! — o garoto disse se aproximando de mim enquanto apontava com a cabeça para dois idoso sentados em uma cadeira no canto da sala, ambos com um cardigan verde combinando. 

— Fico pensando no que um pastor pode esconder em sua casa, qual são os seus segredos? — pronunciei com certa curiosas saindo da frente da mesa para não atrapalhar a passagem — desculpa, não consigo confiar da mesma forma que acho que eles não confiam em mim, minha fé não anda muito boa nesses últimos tempos, acho que nunca andou na verdade, mas não vai me comentar isso com ninguém aqui! Por favor! 

— Minha boca é um templo — Dylan assentiu tomando tudo do seu copo de uma vez só — mas certas coisas eu concordo com você, na verdade conheço um lugar onde não deve ter ninguém ,quer ir? 

Concordei ansiosa e animada, deixando o meu copo pela metade no meio mesa, não estava com muita sede e só tinha ido junto para acompanhar e ninguém ali me conhecia para julgar o ato. 

Subimos as escadas de mãos dadas torcendo que ninguém tivesse percebido nossa ausência ou que estávamos seguindo para o segundo andar, mas pelo o que eu tinha notado ninguém estava nem percebendo a nossa presença. 

Passamos por uma porta fechada a qual eu percebi um choro baixo e por um breve segundo quase que bati na porta pedindo se estava tudo bem, seja quem for que estivesse ali dentro, mas Dylan continuava me levando e achei melhor não me meter. 

Ele soltou minha mão quando chegamos no final do corredor pegando um pedaço de aço que estava pendurado na parede e usando para abrir a então não vista portinha que dava para o sótão, que após um pequeno empurrão uma escada desmontou-se e foi arrumada em segundos para que pudéssemos subir com segurança. 

— Primeiro as damas! — ele deu um passo ao lado para me deixar subir a escada e eu apenas neguei. 

— Nada haver, primeiro você, deve estar escuro pra cacete lá em cima e eu não sei onde acende a luz! 

Ele deu uma risadinha enquanto eu dava uns três passos para trás até finalmente subir as escadas a qual eu fui subindo logo atrás, chegando no piso quando as luzes foram acesas. 

Percebi a presença de algumas caixas e estremeci com pavor que alguma aranha aparecesse, mas o ambiente era realmente limpo e iluminado, contendo até mesmo um tapete grande e alguns pequenos puffs e as caixas ficavam somente naquela entrada.

— Cara, que lugar bacana! — disse já imaginando uma estante de livros de um lado ou uma televisão do outro enquanto Dylan fechava a entrada puxando a escada novamente para cima. 

— Fica ainda melhor! — ele foi até a cortina abrindo-as inteiras revelando uma janela imensa a qual mostrava a visão da parte de trás da casa onde tinha uma vista lindíssima de um dos lagos da cidade onde as pessoas aproveitavam para passear com seus cachorros, levavam seus filhos ou faziam corridas. 

O lugar era considerado um dos mais gostosos da cidade, principalmente depois de sua reforma, a qual eu admitia que fazia muito tempo que eu não tinha mais aproveitado aquele lugar, e ainda vê-lo de uma visão panorâmica fez o meu queixo cair. À luz de dentro foi desligada e eu pude perceber ainda mais a beleza do lugar onde o sol se despedia nos dando uma perfeição que era difícil de ser capturada por câmeras de celulares. 

— Isso é lindo demais! — pronunciei finalmente tirando meu olhar da paisagem e me virando para o garoto que estava no atual momento parado do meu lado. 

Ele sorriu dando um passo para frente. Eu podia sentir seu coração acelerando cada vez mais, mas também sentia a sua confiança é tudo isso me fez abrir ainda mais um sorriso, ele estava se soltando comigo, sem ter medo de ser ele mesmo, e eu amava aquilo. 

— O que está pensando? — perguntei e ele apenas colocou algumas mechas do meu cabelo atrás da minha orelha puxando sua mão para o meu rosto antes de levá-las a minha nuca. 

— Em você! 

Nossas bocas se uniram e ele colocou a sua outra mão nas minha costas. Era a terceira vez que nos beijávamos e parecia cada vez mais perfeito como se cada segundo já fosse preparado. 

Começou com algo doce digno daqueles filmes mais clichês que eu tenho um pavor absurdo apesar de confessar que estava vivendo um naquele momento, mas as coisas começaram a esquentar por causa do garoto a minha frente e eu aproveitei a deixa para descer a minha minha mão da sua nuca para o seu abdômen chegando em sua calça abrindo o seu botão e zíper abrindo passagem para minha mão chegar em seu membro começando com movimentos de vai e vem. 

Dylan subiu uma de suas mãos pela minha blusa passando por debaixo de meu sutiã apertando meu seio que estavam duros no momento, e segundos depois ele estava distribuindo chupões no mesmo. 

Minha mente não estava processando muito bem o que estava acontecendo naquele momento, mas que culpa eu tenho, garotas também sentem tesão igual e tudo aquilo já era muito excitante, e em pouco tempo estava sem minha calça e minha calcinha transando no colo do garoto enquanto estava apoiada em uma das únicas paredes retas daquele lugar segurando os gemidos para que ninguém notasse, com os braços passando sobre os seus ombros e pescoço com ambas minhas mãos em seu cabelo com o meu rosto tão perto do seu que as vezes acabava soltando alguns suspiros involuntariamente. 

Acabamos deitados no tapete com o restante da roupa recém colocada novamente, ainda ofegantes mas com êxito, sendo iluminados pela luz da lua, virei um pouco de lado e apenas em um movimento deitei no peito do garoto e em um segundo movimento nossas mãos foram entrelaçadas. 

— Isso me lembrou um filme! — disse depois de um segundos — Na verdade uma série.

— E qual seria ela? — ele perguntou com calma e tranquilidade. 

— American horror story, aquela cena do palhaço onde eles estão deitados fazendo piquenique e ele vem e mata eles — levantei um pouco a cabeça percebendo o garoto rir e balançar a cabeça por causa daquela sentença. 

— Não foi assim, Lua! 

— Claro que foi! — coloquei uma das minhas mãos ao lado para evitar que eu acabe perdendo o equilíbrio. 

— Não foi! — ele disse em meio que ria — Tenho certeza, ele sai do lugar antes do palhaço aparecer. 

Murmurei um "hm" antes de voltar a me deitar no seu peito novamente. Talvez tenha sido isso mesmo. 

— Bom saber que é fã de filmes e séries de terror, e melhor ainda é saber que você vai menciona-los enquanto estamos em um sótão escuro de uma casa que não é de nenhum de nós dois! — Dylan passou o seu olhar para o teto tentando acomodar o sua cabeça e pescoço com o braço que não estava sendo usado. 

— Eita, não tinha pensado nisso — me levantei novamente rapidamente olhando para todos os lados — Mas enfim, sou fã de diversas coisas, minha mente é extremamente aberta! 

— Que bom saber disso, te convido para assistir o clube dos cinco qualquer dia desses então, agora volte aqui — o garoto me puxou levemente para perto dele e apenas sorri aceitando o aconchego dentro dos seus braços. 

Ficamos ali apenas conversando e fazendo nada por mais um tempo até perceber que precisávamos sair antes que fossemos os últimos a sair da festa e que todos olhassem para nós desconfiados de onde estávamos, mas por sorte apesar da diminuição de mais da metade dos convidados ainda tinha muitos presentes ali. 

Ficamos na sala de estar onde encontramos Ocean e Shawn conversando e fingíamos ser pessoas decentes e que estávamos ali o tempo todo enquanto esperávamos os quatro outros bombinhos aparecerem para irmos embora, e no fundo eu estava em um êxtase que não tinha explicação. 

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